Naquela noite, após guardar os escritos de Lia de volta no pote, Alexander, que sempre desejou que a filha não conhecesse as letras, tomou a decisão de que, quando ela completasse sete anos de vida, ela iria freqüentar a escola da vila da ilha. Mas, para isso, ela teria de conviver com os nativos de lá. Se não fosse por conta disso, ele a manteria afastada de tudo e de todos, pensava, para o seu próprio bem, assim como ele, que vivia feito um caramujo desolado, arredio e melancólico! E o que lhe dava mais certeza, ainda, de sua decisão era pensar que a sua amada Lia iria gostar de ver a filha na escola, sabendo ler e escrever direitinho, conhecendo um mundo de possibilidades, as quais ela não teve a chance.
Quem sabe, colocando Nina para estudar, ele também não teria a chance de se redimir de todos os pecados que cometeu por ser tão estúpido e insensível! A filha poderia, um dia, lhe ensinar a ser uma criatura mais aberta para a vida.
BA!
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