Alexander agora imaginava ter mais tempo para, sozinho, dedicar seus pensamentos à Lia. Sete anos se passaram, sem que ele, em nem um minuto sequer, se esquecesse de seu grande amor. A lembrança do sorriso tímido, dos cabelos cacheados, muitas vezes embaraçados pelo vento, da pele lisa e com cheiro de alfazema ainda faziam Alexander se transportar para um outro mundo. Um mundo onde ele e Lia viviam juntos e felizes. Ah, quanta saudade sentia. Foi então que se lembrou da carta que pensou em escrever para ela. O resto de ponta do lápis velho deu de encontro com o papel queimado de sol e já rabiscado por Nina. Alexander então se sentou perto da janela e, de pronto, passou a escrever o que seu coração ditava. Naquele mesmo instante, sentiu como se uma rajada de vento passasse detrás de suas costas. Levantou-se assustado, empurrando o banco para perto da parede, quando de repente olhou nos olhos daquele pássaro, pousado no peitoril da janela e com as asas arqueadas. Alexander teve medo.
CS!
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