Prêmio Top Blog 2011

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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Deixa Que Eu Te Ame!

Em meio a todo esse turbilhão de emoções, nessa voragem dos últimos acontecimentos em nossa “estória com H”, Marina se sentia só, completamente abandonada de seus desejos. Não foram eles que lhe deram o encantamento para continuar vivendo na Ilha? Não foram eles os responsáveis por sua decisão mais que precisa? Ora! Marina, mesmo estando de frente com toda essa situação por qual passavam, ainda não era capaz de se aproximar de Nina para lhe contar sobre o seu amor por ela... Quantas vezes, ela pegou seu violão, querendo levá-lo à casa da amiga para lhe mostrar aquela canção que tinha escrito em sua homenagem. Com tudo o mais, nem mesmo Nina também foi capaz de conversar com ela a respeito de sua proposta, a de morarem juntas, dividindo as despesas e suas vidas!
Foi assim, avistando o mar, que Marina, pensando em tudo isso, resolveu de uma vez por todas, e gritou apenas para que o oceano ouvisse: “Deixa passar esse vendaval... Quando a bonança chegar, eu irei dizer, finalmente, à minha doce Nina: “Deixa que eu te ame!”
BA!

Sedução?

“Perdão... Errei de porta!” Disse Angélica, meio sem graça, deixando pousar seus olhos no corpo viril de Ícaro, que se virou imediatamente ao ouvir sua voz rouca: “Pensei ser o serviço de quarto. Acabei de pedir uma bebida gelada... O tempo aqui está quente e quero logo dar um mergulho no mar! Me acompanha?”
Angélica não entendeu direito a pergunta daquele belo rapaz, mas que lhe pareceu bem folgado: “No mergulho ou na bebida?” Ícaro abriu um sorriso, jogando seu charme: “Nos dois...”
Antes que ela pudesse soltar uma única palavra, ele se aproximou dela, e fazendo um gesto com a cabeça apenas disse: “Aonde foi que eu já lhe encontrei uma vez nessa vida? Você me parece familiar... Seus olhos me lembram os de uma garota que eu amei muito...” Ao que ela, se afastando dele, respondeu: “Os seus... Também me lembram os de Roberto... Agradeço os convites, mas preciso ir.  Um outro dia, uma outra hora, quem sabe? Sou sua vizinha de quarto... Até mais ver!”
Ícaro, nosso "Sherlock Holmes", segurou sua mão, antes que ela atravessasse a porta aberta: “Vou estar de olho em você, princesa!!!” E assim que Angélica lhe deu as costas, segurando um riso maroto, ele voltou ao seu espelho de vaidade e completou seu pensamento: “Aí, campeão... Assim é que se faz! Que mulher é esta, meu caro Watson?”
BA!

domingo, 25 de setembro de 2011

O Côncavo e o Convexo

Ainda de frente para o espelho, Ícaro percebeu aquele corpo de mulher entrando em seu quarto. Parecia ser uma mulher atraente. Um pouco mais madura, com o corpo bem torneado, Angélica estava um pouco mais magra devido à doença que tomava conta de seu corpo. Após a morte de Roberto, ela desistiu da ideia de se cuidar. Ícaro não conseguiu, de pronto, visualizar seu rosto, cujos traços estavam escondidos por trás da palma de uma das mãos. Ainda pelo espelho, viu um rosto pálido e triste, cujos olhos se estufaram, quando o viram ali dentro daquele quarto, de sunga vermelha, exibindo-se para um espelho de vaidade. Angélica sentiu o rosto envermelhar e pensou que ia explodir, quando percebeu que havia errado de quarto e, sem querer, invadido o quarto daquele homem estranho e terrivelmente sedutor.
CS!

Ícaro por Ícaro

Ao descer da balsa, Ícaro afundou a bota na mistura de água e areia. Com força, sacudiu a perna direita jogando areia para os lados. Identificou, pelo quepe surrado, o policial local que o esperava bem próximo ao deque descascado. Cumprimentaram-se rapidamente com um aceno discreto e Ícaro foi logo se apresentando: "Muito bem policial, não tenho tempo a perder nesse fim de mundo. Bote logo pra fora tudo o que sabe sobre estes dois casos que até o final dessa semana preciso voltar pra minha área com um ou dois assassinos amarrados na minha bagagem." Os dois conversaram a caminho da pousada. Ícaro perdeu a paciência por várias vezes. Sua arrogância não dava espaço à linguagem simples e quase inocente do policial local. Antes de jogar a mochila preta sobre a cama, interrompeu o colega dizendo: "Então quer dizer que temos um maluco desaparecido e um cara da cidade morto com um buraco de bala no coração. Essa ilha é bem movimentada hein?! Acho que vou me divertir por aqui!! E quanto às mulheres que você falou, quero todas, ainda hoje, na minha frente, naquilo que você chamou de delegacia. Fui claro? Agora, dê o fora daqui e me encontre às 16h." Quando a porta se fechou, Ícaro foi logo tirando a camisa e a calça jeans. E vestindo uma sunga vermelha, de frente para o espelho, abriu um sorriso vaidoso, passando as mãos pelo tórax cortado de músculos e dizendo em alto e bom som: "Vamos lá campeão, sua promoção te espera!!"
CS!

Quebra-Cabeças

Os dias que se passaram, após a viagem de Roberto, foram dias de agonia para todas aquelas mulheres. Bia tentava levar a vida normalmente, produzindo seus quadros em meio a uma confusão de tintas claras e escuras. Mas, sentia, a todo momento, na boca, o gosto amargo do rancor e do arrependimento. Rancor por aquilo que havia escutado de Roberto naquela última vez que estiveram juntos, e arrependimento por ter falado palavras tão duras ao homem que a fez sentir tanta paixão. Nina passou a ser a principal suspeita pelo assassinato de Roberto. Isso porque a polícia local começava a juntar as peças de um quebra-cabeças cheio de mentiras e desencontros. Mesmo assim, ela rezava todos os dias para que esse crime fosse resolvido, e ainda rezava principalmente pelo aparecimento de Alexander, que ela insistia em dizer que não acreditava em sua morte. Marina, sempre ao lado de Nina, passou a se comportar como uma investigadora nata, considerando que a polícia local não tinha a mínima experiência para desvendar aquele assassinato. Quanto à Angélica, essa voltou a se entregar às suas pesquisas, esquecendo do cuidado com a sua saúde, porém com um comportamento estranho. Mesmo com todo o apoio e conforto que as amigas lhe dedicaram naqueles primeiros dias, ela passou a ficar cada vez mais distante... Mais arredia... Parecia não querer olhar nos olhos daquela que poderia ser a assassina de seu grande amor. E a dúvida persistia: Bia, Marina, Nina, Angélica... Afinal, quem mataria Roberto? E foi numa dessas manhãs, que parecia ser mais uma no calendário do tempo, que a primeira balsa do dia trouxe, entre seus passageiros, um jovem forte e bonito. Vestia uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma blusa branca que, apertada, mostrava o desenho de seus músculos torneados e de uma tatuagem que parecia ser o retrato de uma mulher. Com uma mochila jogada nas costas, seus olhos, por trás dos óculos escuros e espelhados, fotografaram em um instante o retrato daquela ilha cheia de mistérios. Era a oportunidade da vida que aquele jovem ambicioso esperava. Ícaro... Este era seu nome. Este era o nome daquele que chegou na estória com H, para desvendar o desaparecimento de Alexander e o assassinato de Roberto. Ícaro, jovem investigador que teria sua vida virada de cabeça pra baixo, desde que decidira assumir o caso e botar os pés naquela ilha mágica.
CS!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

No Outro Lado do Lado de Lá

Enquanto Nina permanecia fora de casa, Marina e Bia se viram incumbidas de fazer com que Angélica se acalmasse, depois de ter estado completamente confusa com toda aquela situação. Da melhor maneira possível, as moças tentaram explicar a ela o ocorrido, sem que suas palavras pudessem lhe causar um mal maior, mas Angélica teimava em não acreditar...
Sentindo o sono chegar, carregado de imagens distorcidas e sons indistintos, Angélica se entregou a um sonho dentro de outra dimensão. Estando naquele outro lado do lado de lá, ela foi capaz de penetrar no cerne da situação:
“Roberto ainda estava vivo, chamando por ela dentro daquele buraco na praia. Ela podia ouvir sua voz, clamando por seu socorro. Ela podia ver, nitidamente, os olhos dele vertendo lágrimas de pura dor, sentidas naquele seu corpo que ela conhecia de memória. Ela podia tocar no ferimento à bala em seu coração de moço bom, e podia sentir, em seus dedos, correr o sangue que brotava dele. Com suas mãos manchadas de vermelho, segurou o rosto de seu amado. Olhando bem fundo em seus olhos marejados, deu-lhe um beijo de amor e de despedida em seus lábios já quase frios..."
Estando na mais completa letargia, Angélica apenas suspirou. Foi quando escutou o som, alto e claro, do adeus de Roberto!
BA!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Pérola nos Olhos de Roberto

Nina acompanhou o guarda. Beatriz e Marina ficaram, para cuidar de Angélica, cuja força fora roubada bruscamente de dentro de seu corpo. Nele, apenas uma alma frágil, incapaz de discernir entre a realidade e a fantasia daquele seu sonho ruim!
O corpo inerte de Roberto estava coberto por um lençol branco. Nina notou uma pequena nódoa de sangue, que permanecia naquele tecido como um sinal bem em cima de onde ainda existia o coração de Roberto. Passou sua mão por ela, como a desejar encontrar ali um resíduo de vida. Assim que o médico legista descortinou o rosto do doutor, Nina se amparou na beira daquela pedra fria, mas manteve-se forte o bastante para que o desmaio não lhe chegasse a galope naquele instante.
Apenas disse, assentindo com a cabeça: “É ele mesmo... O doutor Roberto!” E naquele fulgente momento ela se distraiu com as lembranças do amigo, desde quando o conheceu até a última vez que o viu... No dia em que ela, praticamente, o expulsou de sua casa. Sentiu-se vazia, angustiada, triste por talvez tê-lo magoado daquela vez e de outras tantas. O remorso lhe tocou o coração, que agora chorava a morte daquele que a amou um dia... Daquele que lhe deixou um grande tesouro: a pérola que ela guardava, a pérola que era ela própria, a pérola de Roberto, a menina de seus olhos!
Deixando escapar as lágrimas, Nina, ao fitar o rosto pálido de Roberto, vislumbrou, naquele seu olhar oculto, a pérola na pupila dos olhos dele!
BA!

sábado, 17 de setembro de 2011

A Alma de Roberto Rodeada de Flores e Luz!

A noite sombrosa já chegava, dessa vez, trazendo dor e saudade, como se fosse uma melancólica moldura cercando a Ilha. As densas nuvens encobriam a Lua, que mal teve tempo de se mostrar tão bela, pois sua luz era apenas um tênue raio em meio àquele caos... O mar estava calmo, porém o vaivém das ondas se fazia forte e descontrolado... A praia exalava um cheiro de tristeza em meio à sua beleza!
A alma de Roberto, agora, pertencia ao céu, levada por uma deusa, que a acolheu em seu seio, levando-a rodeada de flores e luz...
O corpo de Roberto continuava sobre a mesa do necrotério, à espera de alguém que pudesse reconhecê-lo, após a necrópsia realizada. O laudo do passamento? Uma bala certeira em seu coração de moço bom!
Nina, adiantou-se, com força e coragem, tiradas de sua já calejada vida, dizendo ao guarda: “Eu irei! Angélica não está em condições... Eu posso reconhecer o corpo deste nosso amigo!”
Nina lembrou-se, com carinho, daquela pérola, um presente de Roberto...
BA!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Caos na Casa de Nina

Após o desmaio de Angélica, dada a notícia, pelo guarda da Ilha, de que o doutor Roberto havia sido encontrado morto em um buraco na praia, e do voo do pássaro exuberante ao levar consigo a garrafa em suas garras, uma grande confusão se instalou na casa de Nina. Foi um “Deus nos acuda”!
O guarda não sabia se acudia Angélica, se segurava Bia, que se debatia contra a parede, se corria atrás daquele pássaro, se consolava Nina, que chorava sem ter hora para parar, ou se desatava o abraço que Marina dava em Nina, para que ela, a mais calma de todas, pudesse ajudá-lo naquela situação.
Por um minuto, ele havia ficado sem reação alguma. Sentiu o ar mais pesado, dentro da casa, como a esmagar o ambiente. Mas, uma estranha luz policromo chegou a pairar no teto, e jorrou seus raios até atingir os rostos de cada um ali presente. Foi quando o guarda apitou, literalmente, e disse com um vozeirão: “Meninas, pelo amor de Deus! Ajudem-me aqui. Essa moça está desfalecida...”
Nina, Marina e Bia se assustaram com o barulho do apito e saíram daquela espécie de transe em que se encontravam. Correram em direção à Angélica, que já se encontrava nos braços do guarda, para que fosse colocada em cima do sofá. Acomodada, ela ainda permanecia desmaiada. Após os chamados sem resultado, alguém teve a ideia de trazer um copo de água. Nina, ao gotejar a água em seu rosto, viu com admiração e sossego na alma quando ela abriu os olhos e disse: “Encontrei-me com Roberto! Ele não está nada bem... Precisa de auxílio, está com muito frio! Temos de socorrê-lo o quanto antes...”
As moças, tentando acalmá-la, escutaram o velho guarda, balançando a cabeça, dizer, num tom baixinho: “Sem chance! O amigo de vocês já está no necrotério, mortinho... Já passou dessa pra uma melhor. Ninguém mais poderá ajudá-lo! Só Deus, nosso Pai! Terei de levar uma de vocês para reconhecer o corpo. A investigação de sua morte já está sendo realizada...”
Elas se entreolharam, com bastante aflição, enquanto Angélica tentava se levantar do sofá...
Lá fora, após um voo rasante, o pássaro deixava cair a garrafa, contendo a carta de amor de Nina para Pedro. Caiu bem junto à “Árvore dos Desejos”, que a amparou com sua fronde majestosa!
BA!




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma Suspeição Contra Bia?

Antes que possamos voltar à última cena que decorreu na casa de Nina, é elementar que seja narrado, aqui, um episódio acontecido dias atrás, quando houve um último encontro entre o doutor Roberto e Bia.
Preocupado com a saúde de sua namorada, Angélica, desde que ela havia lhe contado que estava bem doente, e ainda que sabia de seu envolvimento com Bia e de sua paixão por Nina, Roberto não teve mais paz. Parecia-lhe que suas horas estavam sendo contadas num relógio de mil ponteiros... Os de segundos!
Começou a beber bastante, também por conta do desprezo de Nina, aquela a quem amava tanto. Nesses seus últimos dias de vida, não passou sequer perto do posto de saúde... Abandonou seus pacientes e nem queria saber se um deles continuava vivo! Angélica já não tinha mais controle sobre ele! Desesperado, pensando em tudo o que havia lhe acontecido de bom e de ruim naquela bela Ilha, corria, à noite, pela praia em busca de nada. Mas seus pensamentos fervilhavam. E foi justo na noite anterior de sua morte que ele resolveu, colocaria um ponto final naquela sua bela história de amor com Nina. Lembrou-se daquela garrafa, que continha a carta de amor de Nina para Pedro, que ainda estava em seu poder. Iria, sim, procurar Nina e lhe devolveria a garrafa, contando a ela como ele havia a encontrado tempos atrás...
Quem mandou Roberto comentar sobre isso com Bia?
Naquele último encontro, ele simplesmente lhe disse: “Quer saber? Vou contar tudo para Nina!” Isso, depois de ter exposto à Bia toda a história. Ela ficou furiosa! Não iria suportar se caso a amiga fosse, enfim, atrás de Pedro. Por todos aqueles anos, Bia sempre cuidou para que isso não acontecesse. Seu ciúme era grande demais... De Pedro, de Nina!!!
Ouvindo tudo aquilo saindo da boca de Roberto, que não media as palavras para que ela entendesse, de uma vez por todas, que ele amava, de fato, Nina, Bia soltou os cachorros para cima dele, esbravejando: “Se você fizer isso, eu te mato!” E saiu correndo, com o coração disparado, soltando à boca, em direção à praia, deixando Roberto chorando, assim... Feito um menino indefeso!
BA!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sobre a Proposta e a Canção de Marina!

Desde aquela longa noite de chuva forte, quatro dias atrás, o tempo passou, atropelando alguns momentos mágicos, que deveriam fluir, seguindo seu fluxo normal. Mas a mão ágil de uma das “senhoras do destino”, ávida por fazer soprar, logo, logo sobre a Ilha, novos e revoltos ventos, que chegariam arrasando, trazendo em suas asas os novos acontecimentos, por sinal estonteantes, fez com que aquela proposta de Marina para Nina, a de morarem juntas, fosse por mais alguns dias adiada. Muito em breve, Nina aceitará, de vez, aquela idéia da amiga, concretizando, enfim, a experiência fabulosa de morar num “Lar, Doce Lar” na companhia de alguém que a ama tanto!
A canção que Marina fez pra Nina? Bem... Ela está guardada dentro do coração da autora, e está ainda aguardando os dedilhados, que irão vibrar, ocupando cada nota daquele velho e belo “pinho” de Marina, quando ela, finalmente, poderá ter o seu tempo perfeito para apresentá-la à Nina!
Enquanto isso não acontece, seguimos em frente, pois Roberto está morto... Quem matou Roberto?
BA!

domingo, 11 de setembro de 2011

A Volta do Pássaro Negro

Bia chegou primeiro que Angélica. Quando entrou na sala, sentiu o impacto do silêncio em seu rosto. Marina e Nina levaram um susto com a sua presença. Desde o flagrante na praia, Nina não tinha mais se encontrado com a amiga. Quando seus olhos se encontraram com os olhos de Bia, sentiu uma sensação estranha, foi como se as borboletas do seu colar quisessem, num bailado só, alçar voo daquele lugar. Bia foi em direção às duas e deu um beijo em Nina: "Saudade de você! Por que me abandonou?" Antes que Nina respondesse à pergunta, Marina puxou Bia pelos braços e foi logo dizendo: "E o meu beijo, Bia. Cadê?" Neste momento, Angélica colocou o pé direito dentro da casa de Nina. Todos os olhares se cruzaram em segundos eternos. Nina foi logo caminhando em direção à porta e, com os braços abertos, saudou Angélica com um abraço apertado e carinhoso: "Que bom ver você!" Antes mesmo que Angélica comentasse a recepção da amiga Nina, todas olharam em direção à janela aberta, que, preenchida com a figura daquele pássaro exuberante, parecia mais uma aquarela. Nina pediu que todas ficassem em silêncio, e quando suas mãos quase tocavam o bico daquele pássaro na janela ouviram a voz de um homem, bem próximo à porta de entrada, dizendo: "Sinto muito meninas, mas acabaram de achar o corpo do amigo de vocês jogado em um buraco na praia. Ele está morto! Menina Nina, acho que isso pertence a você." Nas mãos, o velho guarda da ilha segurava uma garrafa, que parecia conter um papel amassado. Reconhecendo imediatamente a garrafa, Nina virou-se de costas para o pássaro e foi em direção ao guarda. Antes que tocasse a garrafa, sentiu o pássaro passando por trás de seus ombros e com as garras afiadas levou consigo o pedaço de vidro que ainda guardava a carta de amor de Nina para Pedro. As palavras do guarda ressoaram na sala como uma bomba em um campo de guerra. Angélica desmaiou!
CS!

Laço

Depois daquela longa noite de chuva forte, o sol e a lua foram responsáveis em ir marcando o compasso do tempo que passava. A vida seguia seu rumo... Tratando de acomodar, cada qual, em seus sonhos, dramas, conquistas e perdas. Nina, enquanto não trabalhava, passava os dias dentro de casa, dedicando-se exaustivamente aos rabiscos do livro, que um dia sonhava em publicar. Sempre que se punha a escrever, passava horas e horas gastando o grafite do velho lápis. Algumas vezes, era interrompida pela chegada de Marina. As duas se acostumaram a dividir um bom tempo juntas. Dividiam esse tempo em longas conversas, alguns minutos de silêncio e boas risadas.  E foi em uma dessas tardes que Bia resolveu ver a amiga novamente. Após 4 dias sem ver Roberto, sentia-se abandonada. Ele simplesmente desapareceu. Ninguém o via sequer saindo do quarto da pousada. Enquanto isso, Angélica mantinha sua rotina normal de trabalho e pesquisa. E foi quebrando essa rotina que decidiu ir também visitar Nina. Sentia saudade dela! E, assim, o destino acabava de dar um laço na vida daquelas 4 mulheres. Nina, Bia, Marina e Angélica, todas elas, embrulhadas na mesma caixa de presentes. A caixa das estórias com H.
CS!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Enquanto Você Não Vem!

Marina, um pouco decepcionada com o andar da carruagem, que ela acreditou estar à sua espera para levá-la dali, da pousada, para a casa de Nina, naquela manhã, passou o dia todo atarefada com a arrumação de seu quarto. Havia roupas e objetos espalhados por todo canto. Lembrava-se da cena que havia ocorrido ali dentro, quando Nina, ao descobrir a caixinha preta do “Colar de Borboleta”, colocou-o em seu colo e disse todas aquelas asneiras para ela. Ficando furiosa, Marina perdeu o controle e fez que Nina abandonasse o quarto, num pranto de dar dó, voltando sozinha para a sua casa.
Depois de tê-la procurado logo em seguida e de ter recebido o seu perdão, dando-lhe, enfim, o presente que era dela e somente dela, e aceitado o seu pedido para que a deixasse a sós, depois daquela visita inesperada de Roberto, Marina resolveu deixar o resto da bagunça de lado. Agora, com a noite caindo, bela e exuberante, sobre a ilha, sem ao menos supor que, muito em breve um vento forte traria uma grande tempestade, que abriria um buraco cinza no céu, escondendo o brilho da Lua, ela, pensando em como poderia estar se sentindo a sua amiga Nina, apanhou, num canto esquecido, o seu velho e belo pinho. Nele, haveria de compor uma bela canção em homenagem à Nina. E foi o que fez! Pensando em esperar a volta da amiga, que poderia vir buscá-la no dia seguinte, foi entoando a melodia, que já perseguia a letra... dedilhando nas cordas do violão, soltando, de mansinho, sua bela voz. A inspiração logo apareceu, como num estalar de dedos, e a canção, de gênero "Modinha" ficou pronta antes de a chuva desabar do céu!
Satisfeita com o resultado, buscou seu mini gravador e cantou mais uma vez, agora gravando a canção que ela deu o título de “Enquanto Você Não Vem”. A letra? Nem precisou escrever, já estava guardada em sua memória. Assim que terminou a gravação, ouviu e viu os pingos da chuva batendo forte em sua janela.
Apenas pensou: “Nina vai gostar dessa canção que eu fiz pra ela!”
BA!


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quem Ama Cuida

Roberto não podia imaginar que aquele passeio mudaria sua vida dali em diante. De mãos dadas, as mesmas que a pouco tocavam com paixão o corpo de Bia, ele e Angélica saíram em direção à praia. O vento forte e a previsão de tempestade abriram um buraco cinza no céu, que, de longe, parecia esconder o brilho da Lua. Roberto estranhou o silêncio de Angélica, que normalmente era quem falava mais. Antes de se sentarem na areia, passaram por Bia, que vinha pelo caminho oposto. Bia deu um beijo no rosto de Roberto e um abraço em Angélica, que respondeu com um beijo em seu rosto e um leve afago em seus cabelos. A tranquilidade de Bia assustava até Roberto. Como ela conseguia ser tão natural numa situação daquelas! Por sorte, o encontro não passou de um breve cumprimento. Já sentados, Angélica jogou sua cabeça no colo de Roberto, mas com os olhos fixos no mar. Daí, começou a falar com voz mansa: "Se lembra dos nossos planos antes de virmos pra cá? Quantos sonhos, quantos desejos! Imaginávamos que sairíamos em busca de um paraíso. Do nosso paraíso! Doce ilusão a nossa!" Sem deixar que Roberto a interrompesse, sequer uma vez, Angélica prosseguiu: "Como é grande o meu amor por você, doutor! Ele é tão grande que quero me separar de você!" Roberto deu um pulo, ficando de pé e, com isso, jogando a cabeça de Angélica na areia:"Como assim Angélica? Eu também te amo! Que estória é essa de separação? Tá maluca? Acho que você tomou muito sol hoje, só pode ser isso!!!" Ainda deitada na areia, Angélica continuou falando: "Eu sei de tudo Roberto. Sei de seu amor platônico por Nina, sei de sua paixão por Bia." Roberto virou as costas e deu um chute no ar, jogando areia para todos os lados. "Não se preocupe. Não se culpe por isso! Eu só quero ver você feliz! Quero que viva com intensidade tudo aquilo que desejar! Especialmente neste momento..." 
"Por que especialmente neste momento? - indagou Roberto. "O que quer dizer com isso?" "No momento que estou de partida meu amor, ou, melhor, me preparando para partir!" "Você não vai embora daqui" Gritou, com raiva, Roberto: "Me perdoe, eu sou um idiota, um fraco!" "Meu bem, o que quero dizer é que estou doente, muito doente..." Suspirou Angélica. Roberto jogou os joelhos na areia e abraçou a namorada com todas as forças que ainda lhe restavam naquele momento. A chuva desabou do céu!
CS!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Tiro Saiu Pela Culatra!

Ainda ouvindo o barulho estridente daquela porta capenga batendo às suas costas, doutor Roberto foi logo pegando o rumo da pousada. Queria sair dali logo, logo! Desapontado e com a cabeça fervilhando, andou todos os passos a pensar: “Que idiota eu fui! Não deveria ter vindo para falar com Nina. É claro que ela está me odiando. Estou “pegando” Bia, estou traindo Angélica, estou, agora, sem a mínima chance de um dia dizer à Nina sobre esse meu amor por ela, que guardo desde quando a conheci. Minha pérola... Minha doce Nina... Um dia, anos atrás, eu havia dito a ela que eu voltaria para buscar o meu tesouro, que nasceria de dentro de uma concha que eu lhe deixei como um presente! Mas ela jamais entendeu... Agora, estou mesmo ferrado. Felizmente, Nina, que tem um coração tão bom, vai calar a sua boquinha linda e nada dirá para Angélica. Já a outra, a tal de Marina, sei não... Devo ter cuidados com ela!
Quase chegando à pousada, Roberto olhou para o céu e clamou: “Velho amigo Alexander! Sinto a sua falta... Quanta saudade... Sua filha está me deixando louco!!!
Entrando, deu de cara com Angélica, que o aguardava para um passeio antes que ele fosse curar algum paciente! Meio desconcertado e um pouco mal-humorado, ele apenas deu-lhe um beijo rápido e disse: “Vamos, meu amor! Perdoe-me o atraso!”
BA!

Silêncio

Marina tratou de puxar a cabeça da amiga para bem perto de seus ombros, tentando assim confortá-la. Nina deixou-se levar por uns instantes e logo depois levantou-se. Enxugando as lágrimas do rosto, pediu que Marina fosse embora. Queria ficar sozinha com seus pensamentos, tentando colocar tudo o que vivera naqueles últimos tempos em ordem. Pobre Nina! Como colocar ordem na bagunça que o destino faz na vida da gente?! Marina ainda insistiu para ficar, mas, respeitando o desejo da amiga, foi embora depois de dar um beijo carinhoso em Nina. Nina ficou parada ali mesmo durante horas e horas, até que a noite começou a chegar, trazendo consigo um vento forte que fazia um barulho amedrontador como se previsse a chegada de uma grande tempestade. Nem o forte vento tirou Nina do lugar onde estava. Seus pensamentos revezavam entre lembranças antigas e recentes. Quanta coisa acontecia à sua volta sem que ela pudesse fazer nada. E foi num desses pensamentos profundos que Nina sentiu uma pontinha de ciúmes de Roberto. Ela nunca havia olhado para ele como um homem interessante. Mas algo aconteceu naquele dia. Nina ainda não sabia se por causa da cena de amor que havia visto ou por causa da revelação que ele havia feito para ela. Desde a mudança de Pedro, ela jamais havia se interessado por outra pessoa. E isso já estava perto de completar seis anos. Seis anos sem dar nem receber um beijo, seis anos sem fazer amor, seis anos sem se sentir mulher, assim como se sentia nos braços de Pedro. Nina então levantou-se, e foi a caminho do quarto em busca do presente que Roberto a entregou tantos anos atrás. Sem a proteção da ostra, arriscou abrir com a ponta dos dedos a fresta que separava as duas partes da concha. Surpresa, sentiu seu rosto ser iluminado por uma bela pérola branca. Branca como as areias da praia. Nina sorriu!
CS!

Revelação

Nina e Marina ainda estavam abraçadas quando Roberto chegou, atordoado e todo atrapalhado, tentando colocar no lugar os botões da blusa entreaberta. De cabeça baixa, se sentia envergonhado e pediu pra falar a sós com Nina. Marina ia se afastando, quando ouviu de Nina: "Não, ela fica. Pode falar o que quiser na frente dela. Ela, sim, é uma amiga fiel e verdadeira." Marina não entendeu muito bem, até porque ainda não sabia da cena que Nina havia presenciado minutos antes. Roberto então continuou: "Nina, sei da sua amizade com Bia e com Angélica, mas isso não tem nada a ver neste momento. O que sinto por Bia é algo que vai passar. Ela me seduziu. Foi mais forte do que eu!" Nina abaixou e balançou a cabeça para os lados, ao mesmo tempo em que ia dizendo: "Vocês homens são todos iguais. Não se preocupe, pois de minha boca Angélica não saberá de nada. Só peço que esqueça que um dia me conheceu e que foi meu amigo. Quero distância de pessoas como você." Roberto empalideceu: "Não diga isso Nina. Minha atração por Bia nada mais é do que um passatempo, enquanto não posso revelar o amor que senti por você desde a primeira vez que te vi." Nina botou as mãos na cabeça, como se quisesse não mais escutar nem ver nada naquele momento. Antes que reagisse, Marina se colocou na frente de Roberto e com a voz quase sussurrando disse: "Não entendeu o que ela falou? Suma daqui, se não vou eu mesma contar tudo pra Angélica." E com as mãos foi empurrando o peito de Roberto até que ele caísse para fora do alpendre. Neste momento, Nina desatou num choro só!!!
CS!

domingo, 4 de setembro de 2011

Por Favor, Só me Abrace!

Envolvendo Nina, com os braços e as mãos, num abraço afetuoso, Marina colocou o “Colar de Borboletas” ao redor de seu pescoço, fechando o fecho, pois, por conta de uma “grande magia”, o colar que estava arrebentado, simplesmente, por si só, voltou ao seu estado normal... Nenhuma das duas, naquele instante, percebeu! E enquanto Marina abotoava o colar, bem junto à orelha de Nina, apenas disse, com o coração em disparada: “Te amo muito!” Ao que Nina, respondeu, com uma emoção verdadeira dentro do peito: “Também te amo, minha amiga!”
Pronto! Finalmente, o colar, agora, estava no colo de quem era a verdadeira dona dele! Ele encontrou, ali, a sua morada definitiva...
Se Marina vai, depois, contar toda a verdade, isso é com ela... Pois, por enquanto, o seu sonho estava, naquele momento, se realizando. Uma e outra podiam sentir a respiração ofegante de uma e de outra...
BA!

Sombra

Enquanto falava apenas com seu coração, Marina ia procurando o caminho mais curto para a casa de Nina. Do lado oposto, Nina ia de encontro ao ninho da paixão de Roberto e Bia. E foi chegando lá que Nina flagrou os dois se amando na areia. Nina não pôde acreditar no que via. Pensou imediatamente em Angélica, a amiga que a confortou no momento em que tanto precisava. E à medida que seus olhos registravam aquela cena seu coração acelerava, e ela podia sentir um tremor percorrendo todo seu corpo. No mesmo segundo que seus olhos se encontraram com os olhos de Roberto, ela deu de ombros e correu mais do que já havia corrido em toda a sua vida. Ainda longe de casa, pôde ver uma sombra de mulher aguardando-a no velho alpendre. Chegando mais perto de casa, escutou os berros de Marina gritando: "Me perdoe, não quis machucar você. Tome, este colar é seu. Pode ficar com ele!!!" Nina diminuiu os passos até que alcançou o último degrau da escada que dava onde Marina estava. Marina, ainda com um braço apontando para o alto, segurando sua mão que abraçava o colar, foi sentindo a proximidade de Nina, que chegou tão perto que podia sentir a respiração dela. E foi quando Nina abriu os braços e chorando disse à amiga: "Não diga nada. Por favor, só me abrace!!!"
CS! 

sábado, 3 de setembro de 2011

Quando o Remédio Não Cura

Assim que Nina saiu, aos prantos, do quarto de Marina, naquela pousada onde também moravam Roberto e Angélica, e, diga-se de passagem, Roberto já havia conseguido, novamente, seu emprego no ambulatório do único hospital da ilha, Marina teve um leve surto: “Como fui capaz de ser tão estúpida com Nina? O quê foi que eu fiz? Sou uma grande mentirosa... Devia ter logo contado a ela sobre o colar, que, na verdade, é dela e só a ela pertence... Sou uma louca, meu Deus!!! Por amor a ela, menti e causei uma grande asneira, uma burrada, uma tolice minha sem tamanho! E agora? Nina, a minha querida, nem mais vai querer saber de mim... Tenho de correr atrás dela e consertar tudo isso...”
Sentindo o coração saltando pela boca, Marina deixou o quarto na maior bagunça, apenas fechando a porta, sem trancá-la, e saiu em disparada tentando alcançar Nina!
Enquanto corria, sem saber em qual direção iria, ela se sentia tonta e totalmente sem rumo, sem uma bússola que pudesse apontar o rumo, agora, de sua vida! A sua mentira, quando esbravejou com Nina a respeito do “Colar de Borboleta”, nesse instante, já não lhe parecia o melhor remédio, mas, sim, um remédio que não poderia curar o que ela e Nina sentiam por conta desse desentendimento! Percalço da vida que ela nem imaginou... E enquanto corria ela dizia, baixinho, apenas para que o seu coração ouvisse: “Nina, eu te amo!"
BA!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Surpresa

Nina saiu da pousada com a cabeça dando voltas, como se estivesse em uma roda gigante. Em segundos, repassou todas as perdas e desenganos que já havia passado na vida. Sem nunca ter conhecido Lia, filha de um homem de poucas palavras, Nina foi feliz de verdade, apenas, quando amou Pedro. Fora isso, passou seus anos perdendo algo... Nina continuava sua corrida em direção de casa. Queria se esconder lá, como um caramujo se esconde. Mas, nem mesmo ela poderia imaginar o que a esperava no canto de pedras, onde ela foi parar após ter corrido na areia da praia sem sentir seu paradeiro.
CS!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando a Mentira é o Melhor Remédio

Nina e Marina saíram a caminho da pousada de mãos dadas, como duas crianças a caminho do parque. Faziam planos e sorriam ao mesmo tempo. Quanta coisa planejaram juntas... quanta coisa acabaria não acontecendo. Chegando no quarto de Marina, começaram a se ocupar e jogar, dentro da mochila surrada, as roupas de Marina. Perto dos 30 anos, Marina era uma mulher experiente e de bem com a vida. Gostava de descobrir novos lugares e de conhecer novas pessoas. Mas, para ela, Nina era diferente! Desta vez, aquela amizade não passaria como tantas outras passaram. Enquanto Marina juntava algumas coisas no banheiro, Nina cuidava de pegar as últimas peças de roupa de dentro do armário. Foi então que, do bolso de uma jaqueta jeans, algo caiu no chão. Nina agachou-se e, com uma das mãos, buscou o Colar de Borboletas. Ao tocá-lo, sentiu uma sensação de deja vu, o que arrepiou todo o seu corpo. Ficou admirada pela beleza do colar. Observou que ele estava arrebentado, mas mesmo assim levou o colar ao pescoço e foi em direção à Marina. Sem saber explicar naquele momento a sensação que sentia, e com as mãos sobrepostas apoiando o colar, foi logo dizendo à Marina: "Que coisa mais linda!!! Por que nunca vi você usando? Se quiser, posso consertá-lo. Aposto que foi um namorado que te deu de presente." Marina não conseguiu despistar o susto que tomou e sua reação foi inesperada. Com violência, arrancou o colar do pescoço de Nina e aos gritos disse: "Quem te deu o direito de mexer nas minhas coisas? Este colar não pertence a você! Tire as mãos dele menina!!!" Nina, chocada com a reação da nova amiga, saiu, aos prantos, correndo do quarto em direção à praia. Muito perto dali, Roberto inventava uma nova mentira para Angélica, para mais uma vez se entregar à paixão que vivia com Bia, que já o esperava cheia de cores, para pintar, juntos, uma aquarela de paixão.
CS!