Prêmio Top Blog 2011

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alcançando as Estrelas!


Nina, ainda no labirinto de sua solidão, buscava rabiscar no papel as suas mágoas, pois estava totalmente descontente com sua vida, que estava lhe causando um grande desagrado... Por quê?
Nesta noite em que Marina lhe abandonara, Nina sentiu, na pele, as suas perdas nefastas, e agora já não importava mais o quanto poderia ainda sofrer!
Anestesiada de sua dor, deixou seus escritos por terminar e saiu de casa, em direção à praia, decidida a não mais pensar em tudo aquilo. Queria simplesmente ver o mar de frente, buscando, em suas ondas, naquele vaivém, um novo ritmo para aquela sua vida sem graça.
Lá chegando, com os pés descalços, caminhou sobre a beira-mar, inventando coreografias que pudessem lhe aliviar o peso nas costas. Quase flutuou!
A Lua, admirada, resolveu abaixar um pouco mais, encostando-se na linha do horizonte, só para iluminar seus passos... Seus gestos... Seu rosto... Seu corpo... Sua leveza de ser!
Nina ficou um bom tempo por lá... Tanto, tanto que, assim, quase flutuando, era capaz de alcançar as estrelas!
BA!










sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Gota à Gota

Ícaro, o Sherlock Holmes de “Estória com H”, não estava nada satisfeito! Durante este tempo, ele ainda não havia conseguido juntar todas as provas de que precisava, para desvendar os dois casos que lhe caíram em mãos; o sumiço de Alexander e o assassinato do doutor Roberto. Quando chegou à Ilha, ele tinha a plena certeza de que a sua promoção já estava a caminho, porém não tão concreta ainda... Já se passavam alguns dias desde quando acontecera aquela confusão no posto da delegacia, quando as quatro mulheres - Bia, Angélica, Nina e Marina - foram chamadas para um primeiro interrogatório.
Agora, em seu quarto na pousada, o jovem investigador presumia seus planos, gota à gota, para colocar em dia todas as suas anotações até então colhidas. Estava encafifado, totalmente desconfiado de Nina, mas não sabia ainda apontar a causa dessa sua cisma. Muito em breve, ele iria convocar uma por uma para interrogá-las, colocando-as na parede de uma vez por todas! Mal sabe ele que Marina deixou a Ilha, por conta de uma fuga... Mas essa sua retirada teve outros motivos.
Angélica também desconfiava de Nina. Achava que ela teria um amor ou um ódio por Roberto, não sabia ao certo. Para ela, esses dois indícios já poderiam motivá-la a cometer o assassínio. Enquanto esse tempo passava, Angélica vivia na Ilha, um pouco recolhida em seu canto, e continuava seu trabalho de pesquisas. Não quis encontros com nenhuma dessas mulheres, com quem conviveu. Enquanto a morte de Roberto não fosse esclarecida, ela continuaria em sua solidão, que também era calculada, gota à gota, dentro de seu coração machucado. Naquele momento, pelo qual passava, ela decidiu ser uma mulher de poucas palavras!
BA!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

À Flor da Pele

Naquela noite de chuva, encontros e desencontros, os planos de Bia dariam tão certos quanto a certeza que aquela garrafa de vinho seria tragada até a última gota. E foi assim, num abraço prolongado, braços enrolados e beijos espalhados, que ela e Pedro se entregaram à surpresa de se verem um ao outro. Seus corpos colaram como se fossem um só... A inocência dava lugar a uma forte atração. Ela não demorou muito para puxá-lo pelas mãos, e debaixo de uma forte chuva correram como crianças em direção à Árvore dos Desejos. Pedro deixou-se levar assim, como queria que seus pensamentos abandonassem a figura de Nina. Ah!... Sua doce Nina! Novamente, o destino se encarregava de deixá-la cada vez mais longe. Pelo caminho, enquanto o silêncio era cortado pelo barulho da chuva, sorrisos eram marcados nos rostos de Pedro e Bia. Suas mãos conversavam entre si, num baile frenético, entre passos trocados e empurrões marotos. Ao chegarem bem debaixo da árvore, Pedro, com as mãos cruzadas ao redor da cintura de Bia, disse em seus ouvidos: "Este é um lugar especial pra mim. Não me sinto bem. Preciso de uma amiga. Deixe-me abrir meu coração. Preciso de você Bia." Ao contrário do que Pedro esperava, ao invés de escutá-lo e abrir seus ouvidos para o pranto do amigo, Bia, desabotoando devagar os botões da blusa molhada e colorida, disse em voz baixa, em meio a pequenas mordidas no ouvido de Pedro: "Sim, meu querido! Vou ajudá-lo. Feche os olhos e entregue-se a mim... Farei com que esqueça de qualquer coisa que perturbe seu coração..." Os dois se amaram, até que a última gota de chuva pingasse do céu!!!
CS!

Uma Nota Interrompida

Naquela noite, Pedro tocava sua gaita, e carregava um coração despedaçado de tanta dor... Ali, sobre o palco, sendo a atração daquele show anunciado na Ilha, sendo visto e ouvido por nativos e turistas, mesmo debaixo de toda a chuva que insistia em atrapalhar sua apresentação, ele se lembrava das palavras de Marina, quando lhe contou toda a verdade sobre os fatos ocorridos e principalmente sobre o seu amor por Nina, sendo traído por ela. Aliás, ele pensava: “Fui traído também por minha doce Nina!”
Agora, enquanto sua música invadia, delicadamente e cheia de magia, os ouvidos daquelas pessoas que se deliciavam com o som dela, Pedro, imaginando que Marina já tivesse contado toda a verdade para Nina, conforme ele havia lhe exigido, notou na platéia aquela moça de costas, que, num balanço de seu belo corpo, lhe fez interromper o sopro naquele pequeno instrumento. Assim que ela virou o rosto, como que a buscar a continuação daquele som, Pedro, colocando seus olhos nos olhos dela, sentiu seu corpo flutuar ao constatar que era ela... Bia!
Buscando a nota que havia interrompido, continuou a melodia até o fim, sem deixar, contudo, de admirar aquele “monumento” de mulher, no qual virara a sua amiga maluquinha daquele tempo em que ele viveu na Ilha.
E Bia fazia questão de se ver notada por ele. Exibia aquele seu balanço de corpo como a desejar enfeitiçar o pobre Pedro, que, instantes antes, sofria aquela dor lancinante dentro do peito.
Já imaginando uma traquinagem na cabeça, Bia correu até uma barraca e comprou uma garrafa de vinho, antes de o show de Pedro terminar. Assim que ele desceu do palco, sob os calorosos aplausos do público, ela foi em sua direção, sentindo o coração lhe saltar pela boca. Pensou: “Hoje, ele não me escapa! Estarei, finalmente, nos braços de Pedro, como quando daquela vez em que eu, anos e anos atrás, apanhei ele e Nina juntos... Hoje, serei de Pedro pelo menos uma vez!”
BA!





sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tudo à Sua Hora!

Enquanto Nina sofria naquele labirinto de sua total solidão, amparando as lágrimas que teimavam em jorrar, feito chuva abundante escorrendo de seus olhos perdidos no tempo, Marina alcançava a última balsa em direção à cidade grande, levando consigo a angústia de ter deixado Nina, assim tão às pressas, por conta de Pedro, que a ameaçou! Dentro de seu coração apaixonado, a mentira, que acabara de dizer à amiga, lhe corroia. E era ainda capaz de corroer o corpo todo! Aos poucos, enquanto a balsa deslizava, aos trancos e barrancos, nas águas intranqüilas, por causa da chuva, o medo de perder Nina, para sempre, lhe consumia, feito a luz numa lamparina!
Marina haveria de encontrar, um dia, muito em breve, o caminho de volta... Mulher forte, porém frágil, naquele instante em que lhe escapara a coragem, teria no peito e na raça a vontade de voltar à Ilha, o desejo de voltar para os braços de Nina! Esperaria os ventos bons, a retomada de tudo o que havia plantado por conta de seu amor por Nina, o anseio de seus desejos... Tudo à sua hora!!!
BA!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

No Labirinto da Solidão

Agora Nina se sentia mais uma vez abandonada... Quantas pessoas ainda apareceriam em sua vida, e quantas delas haveriam de deixá-la desamparada, assim tão à mercê de um abandono cruel, que lhe cortava o coração, fazendo dele pedaços de angústia, de sofrimento, de medo, de raiva, de desespero, de solidão? Primeiro Lia, sua mãe que a deixou na escuridão, no momento do parto... Depois, Pedro, o primeiro amor de sua vida... Mais depois, Alexander, o pai, que ela teima em acreditar que não está morto... Também Bia, a primeira amiga, que, num determinado momento desta “Estória com H”, deixou Nina por conta de amores e vaidade... Vez ou outra, e depois, quase para sempre, seu gato de estimação, o Borboleta... Desta vez, Marina... Quem há de mostrar à Nina a saída desse labirinto?
BA!