Prêmio Top Blog 2011

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Que Eu Sinto Por Você é Amor


Até o Sol da ilha, que, tímido, desenhava contornos nas paredes, virou-se para ver aquele reencontro. Parecia que uma chuva de confetes coloridos caía sobre a cabeça dos dois apaixonados. Nem mesmo o longo tempo que passou foi capaz de acabar com o que aqueles dois corpos sentiam um pelo outro. Aquelas duas criaturas misturadas, unidas por um laço inimaginável, pareciam um enfeite na sala vazia, que, no canto, escondia também o corpo de Alexander, jogado sobre uma cama quebrada. Entre um suspiro e outro, um passar de mãos trêmulas e beijos roubados, Pedro sussurrou: “Meu amor, Nina, minha menina, meu amor...” A magia do momento só foi quebrada com a chegada de Ícaro, que de longe seguia os passos de Pedro. Ao ver a cena, Ícaro disparou num sorriso irônico e pensou lá com seus botões: "Então é isso... Agora, sim... Caso resolvido".
CS!
 


 
 
 
 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sentidos

Ainda sem conseguir abrir os olhos, como se estes estivessem colados em seu rosto, Nina só conseguia sentir a pele de Pedro amparando a sua. Queria virar-se de frente, olhar bem no fundo dos seus olhos e dar-lhe um beijo demorado e cheio de amor. Mas algo a impedia. Nestes segundos em que o tempo teimava em roubar-lhe, um filme passava na cabeça de Nina. Uma mistura de sentimentos, frases, encontros e despedidas, tomou conta de sua mente. Lembrou-se de Lia, que nem ao menos conhecia, reviu o belo quadro, presente da amiga Bia, escutou o barulho da música tocada pela gaita de Pedro, lembrou-se do barulho da porta batendo às suas costas, quando da vez que deixou sua casa, após as duras palavras de Alexander... Lembrou-se também de quando salvou a vida de Bia, dando-lhe as mãos nas águas agitadas do mar da ilha... Pôde sentir, como ninguém, o olhar de Roberto ao entregar-lhe o tesouro guardado em uma caixinha de madeira... Seus lábios se mexeram, quando se lembrou de Marina e da paixão que viveram juntas tão pouco tempo atrás... De pronto, sentiu o afago do abraço de Angélica, em meio às longas conversas que as duas trocavam durante o período em que Alexander esteve desaparecido... Até Ícaro, o detetive brutamontes, passou bem rapidamente pelos pensamentos de Nina naquele instante... Assim como o pote, recheado de rabiscos do amor de Lia por Alexander, de Alexander por Lia e de Nina por Pedro... Este filme só foi interrompido quando Nina sentiu a boca quente de Pedro encostando na sua, e seu suor misturando-se ao seu. Nina então abriu os olhos.
CS!
 
 
 
 
 

domingo, 11 de novembro de 2012

Quando Mudar o Rumo da Estória É...

É de se assustar que céu e terra se fundiram para, como em um par de amantes, pudessem mudar o destino e fazer com que Nina e Pedro se encontrassem mais uma vez. O tempo parou, os fusos, confusos, misturavam-se entre si. E é quando os segundos conspiram que grandes mágicas acontecem. O segundo que faltou para se despedir de seu amor, o segundo que faltou para poder dizer "eu te amo" na frentre da pessoa amada. O segundo que faltou no relógio do mundo todo. E foi nesse segundo que Pedro avançou pela porta que dava para o lugar onde Nina estava. Nesse segundo, a sala se encheu de um forte cheiro de alfazema. O cheiro só era menor do que os reflexos da luz de um sol tímido, que refletia pelas paredes as sombras de Nina. Ela estava de costas. O vestido branco, amarelado pelo tempo, até que tentava, mas não conseguia esconder o belo desenho do corpo de Nina. E Pedro pôde reconhecer este corpo, até mesmo antes de tocá-lo. Num suspiro quase silencioso.. Pedro disse: "É ela. Nina, meu amor de menina!" Pedro apressou os dois passos e, laçando a cintura de Nina, encostou sua boca quente perto de seu ouvido, soletrando entre uma respiração acelerada e outra, devagar: "Nina, seu Pedro está aqui. Eu estou de volta!"
Já no tempo que escondia o segundo da vida de Nina, ela ainda iria se lembrar, por toda a sua vida, do que sentira naquele momento. Foi como se, durante todos aqueles anos, nada tivesse acontecido. A vida não havia mudado para todos, ditando entre os dentes que tudo muda... Mas, Nina não havia mudado. E sentiu, como outrora, as pernas estremecerem, as mãos se molharem de um suor frio e finalmente a tontura que a fez cair, de olhos cerrados, entre os braços entrelaçados de Pedro.
CS!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Pulsar da Ilha


Nossa Ilha, agora, estava à espera da continuidade de nossa “Estória com H”, e dava ares de uma grande alegria, quando, em cada canto seu, havia um pulsar agitado, frenético! Mal se continha. Poderia manter o controle de seus habitantes ilustres, nossos personagens! Haveria de ficar de olho em cada um deles, intrometendo no caminhar desta encantadora estória... Foi então que resolveu colocar um dedo seu nela!
Na torcida para que Pedro reencontre logo a sua amada Nina, afastou todas as folhagens e estorvos no caminho, e deu um empurrãzinho nas costas de Pedro para que ele voasse. Imediatamente, Pedro sentiu seus pés fora do chão e seu corpo levitar. Num instante mágico, foi parar em frente ao posto de atendimento da vila.
Sem saber que Nina estava lá dentro, ao lado de seu pai, Alexander, que viera, de volta, do mundo dos mortos, não imaginava que ela havia entregue o seu amor por ele em troca da saúde e recuperação de seu pai... Resolveu entrar!
A Ilha pulsou, mais uma vez, com frenesi. À sua volta, céu e mar ataram-se, confundindo a linha do horizonte...
BA!
 
 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Após a Tempestade!


Agora, a Ilha é como um “encanto de vida”, com o Sol brilhando ainda, anunciando uma nova vida para todos os personagens que nela vivem... Os personagens dessa “estória com h”, pois já anuncia a esperança de dias melhores, fora as pendências de alguns, infelizmente!
Nossa Bia, por exemplo, está com a “macaca”, haja vista que ela sente toda a aflição por conta de seu amor ou vingança... Jurou que se vingaria de todos. Seu coração estava cheio de mágoa. Após ter dado um soco no espelho, sua mão se encheu de sangue, que ela o sorveu, maquiavélica, sentindo o gosto de sua resposta aos deuses que a afugentavam! Seu rosto, misturado de cores das mais diversas, na maquiagem carregada, feita por ela própria, mostrava rancor e raiva... Até onde ela iria?
Pedro, cansado de aguardar Nina, na varanda de sua casa... De frente aos olhos de Borboleta, o gato mágico de Nina, que lhe fitava, feito um homem forte, na capa de um felino, desistiu da espera e correu em direção à vila. Haveria, com todas as suas forças, de encontrar Nina...
Nina, nossa doce personagem, que estava ajoelhada, rezando, entregando seu amor por Pedro em troca da recuperação de seu pai, Alexander, sentia uma forte dor em seu coração, mas se fazia forte... Por agora, era preciso um amor maior! O amor que sentia por seu pai... Pedro, que ficasse em segundo plano, ao longe, apenas em suas boas e felizes lembranças! Nina, agora, vivia um espaço de tempo que não era o seu... Tudo ilusão! Fantasias que não eram a sua realidade? Pobre Nina, que, por amor à vida de seu pai, joga no ralo o amor por Pedro!!!
A tempestade passou, mas ainda continua, viva e audaz, no coração de quem ama...
BA!
 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Tempestade Não Dizima o Amor


A Ilha, agora, era uma poça, literalmente, em meio ao oceano... Aquela tempestade, acompanhada de forte chuva e trovões, não estava disposta à trégua, mesmo se a noite virasse dia e o dia chegasse batido pelo Sol. Nem mesmo ele poderia afastá-la, secando as águas que inundavam cada canto da Ilha, que continuava em total escuridão.
A tempestade impedia o andar da carruagem...
De repente, um amor desceu do céu e foi parar dentro do posto de atendimento da vila, bem encima da cama onde Alexander se encontrava. Ao seu lado, ajoelhada, Nina rezava... Havia jurado, ali, aos pés da cama do pai, que, se ele se recuperasse, jamais pensaria em se encontrar com Pedro novamente. Era tudo o que tinha. Foi tudo o que conseguiu entregar.
Aquele amor, vindo do céu, era o espírito de Lia, mãe de Nina! Fez-se penetrar no coração da filha e no coração de Alexander... Antes que se aconchegasse neles, a tempestade cessou, assim como num estalido mágico e reverente. Um lindo arco-íris despontou!
BA!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Para o Dia Nascer Feliz!


Se ela, minha grande amiga e parceira neste Blog, idealizadora deste projeto, a Cláudia Simões, já me homenageou no dia de meu aniversário com seu belo rabisco “Dia de Luz”, como não poderia eu deixar de, especialmente hoje, fazer minha doce homenagem a ela, que, neste dia, está de PARABÉNS!!!
Para o dia, hoje, nascer bem feliz para ela, aqui vão minhas palavras para esta pessoa “bacana”, que tive a honra e o prazer de conhecer no mês de Novembro de 1998... No século passado!
Foi como um “presente de Deus”, quando entrei em sua sala, numa empresa na qual ela trabalhava como “Gerente de Marketing”... Ela me recebeu com um sorriso tão simpatizante, que só eu sei como...
Ali mesmo, durante uns vinte e poucos minutos, ela já havia contratado o meu espetáculo, de incentivo à leitura para as crianças, num evento “bárbaro”, que ela pensou... Batizamos a data para o Natal festivo daquele ano!
Daquele dia, “iluminado”, em diante, nos tornamos amigas!
Agora, depois destes tantos anos felizes em sua companhia, eu só tenho de agradecer por tê-la ao meu lado, por tê-la assim como a amiga que todo mundo quer ter... Graças a Deus, ela tem amigos de montão...
Cláudia, você é “a pessoa”, você é gente que a gente quer sempre caminhando com a gente lado a lado. Você é gente preciosa, é a luz no fim do túnel, é pessoa garrida, é um sonho, é amor...
Você é guerreira, é forte como uma rocha, é transparente como a límpida água, é bálsamo para as dores,  é maré mansa, é Sol no Dia, é Dia Feliz!
Aprendi muito, desde então, com a sua amizade... Sem ela, não poderia caminhar do jeito que caminho estes meus caminhos, por acreditar que você faz parte, também, dele!!! Você me ajudou, e me ajuda, a trilhar...
Coloco em seu peito, hoje, com grande carinho, uma medalha de “OURO”, pois você é a amiga mais querida, mais respeitada, mais amada, mais ilustre nessa minha vida!!!
Receba meu forte e carinhoso abraço, desejando-lhe muita vida, saúde, proteção e grande sucesso em sua bela caminhada... Beijos também, uai... Te amo-te!
BA!














terça-feira, 19 de junho de 2012

Dia de Luz

Por mais uma vez, peço licença aos nobres personagens desta estóriacomh para dedicar um pouco de rabisco a uma estrela. Afinal, hoje é o aniversário dela. Bebete Alvim, esse é o nome dessa mulher que inspira e expira arte o tempo todo. Nasceu pra isso, vive disso! Vive de espalhar sonhos, criar estórias, inventar finais felizes, como num passe de mágica. Essa mulher, que canta, que pinta, que escreve, que compõe, é também uma amiga querida, dedicada. Um verdadeiro presente pra quem a conhece um pouquinho a mais que seja. E por isso minha querida, hoje, que é o dia de seu aniversário, sou eu que agradeço o presente de tê-la como parte especial da minha vida. Te amo e te dedico um universo de felicidade, amor, harmonia, paz, saúde e muita, muita estória com h em sua vida!!!
CS!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Amor Está no Ar


O amor está na Ilha... Mesmo em meio ao caos em que ela se encontra, nesse momento, a Ilha fervilha o amor desses adoráveis personagens!
Desde o primeiro capítulo, “Parto Para Anunciar a Chegada”, quando Lia sentia já as dores do parto, aguardando a chegada da menina Nina, o amor sempre esteve presente, de uma maneira ou de outra, vencedor ou derrotado, acolhido ou maltratado, irreverente ou atencioso, bandido ou herói, protagonista ou simplesmente figurinista... Jamais deixou de querer triunfar, fazendo-se prevalecer em tantas e tantas situações pelas quais esses personagens já passaram até aqui!
Mesmo essa forte tempestade, que, agora, assola o cenário fantástico dessa nossa “estória com H”, não é capaz de dizimá-lo, pois o amor ainda impera nas veias daqueles que o abrigam em seus corações!
Haja vista o amor de Alexander por Lia, o amor de Lia por Alexander, o amor de Nina por Pedro, o amor de Roberto por Nina, o amor de Angélica por Roberto, o amor de Marina por Nina, o amor de Pedro por Nina, o amor de Bia por Pedro, o amor de Nina por Marina... O amor de Nina por Lia e Alexander!
Assim sendo, quando, amanhã bem cedo, o sol encontrar sua trilha pelo céu da Ilha, haverá de se formar uma nuvem nele, carregada apenas do amor que jamais deixará de existir...
BA!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Caos na Ilha!


Enquanto a Ilha permanecia em plena escuridão, e todos estavam atônitos sem enxergar o quê de direito haveriam de enxergar, Pedro corria, com aquela garrafa à mão, em direção à casa de Nina. Ainda se lembrava do caminho, mesmo às escuras!
Lá chegando, afoito e alegre ao mesmo tempo, já foi gritando por Nina: “Nina, meu amor... Sou eu, Pedro!”
Assim que colocou o pé direito na soleira da porta, batendo forte na madeira que já ruía há tempos, nem notou a presença forte do gato Borboleta, que cochilava, bem tranquilo, à espera de sua dona.
Ficou com cara de quem fica decepcionado! Do outro lado da porta, não ouviu nenhum barulho, nenhum sinal de que ela poderia estar em casa. Resolveu ficar ali, na varanda, ao lado do Borboleta (depois que o encontrou), sentado em uma cadeira que rangia. Pelo menos, ele poderia se proteger ali da forte tempestade! Em seus pensamentos, Nina era a figura mais doce que já havia encontrado em sua vida...
E enquanto isso todos os personagens dessa estória com H, continuavam inertes, enquanto a luz não se fazia chegar à Ilha...
O caos, o vazio obscuro e ilimitado que antecederia o movimento frenético da Ilha, fazia-se ser acompanhado pela forte chuva, que impedia o andar da carruagem...
BA!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mais um Suspeito na Lista

A tempestade ajudou a alastrar a notícia de que Alexander estava de volta à ilha. Todos ficaram surpresos. Enquanto Alexander agarrava entre os dedos da mão esquerda a velha pena do pássaro negro, Nina segurava com delicadeza a gaita, que ela desejava ser de Pedro. Bia, ainda furiosa, buscava entre seus seios, escondido naquele sutiã azul, o bilhete de Pedro para Nina. Decidido a reencontrar seu amor, agora mais do que nunca, Pedro se preparava para sair da pousada, carregando nas mãos a garrafa de vidro que protegia a carta de amor de Nina para ele. Agora sim! Ele iria por os pingos nos is, para que pudesse se preparar para deixar novamente a ilha. Mas, o destino e os fortes ventos, que a tempestade também carregava, lhe pregaram uma peça. No corredor estreito da pousada da vila, aquela garrafa, caindo, deixava as mãos seguras de Pedro para rolar no chão, até que fosse amparada pelos pés de Ícaro. Ele se abaixou e, ao examinar melhor o objeto, não acreditou quando constatou que se tratava da mesma garrafa que estava no local do assassinato do Dr. Roberto, e que depois havia sido carregada pelas garras de um belo pássaro negro. Antes que pudesse tomar a garrafa para si, uma escuridão tomou conta do lugar. A vila estava, naquele momento, completamente sem luz, entregue à uma escuridão que arrepiou quem lá estivesse.  Esperto, Pedro arrancou a garrafa das mãos de Ícaro e no escuro correu rumo à casa de Nina. Ícaro só teve uma certeza: "Bingo! Este só pode ser o assassino do doutorzinho." Seus dentes brilharam em meio à escuridão, esboçando um sorriso de satisfação.
CS!

Outra Promessa

Nina encheu seu coração de alegria, ao ver os olhos do pai respondendo ao seu chamado. Abraçou-o ainda mais forte e disse pela primeira vez: “Pai, eu te amo!" Com uma voz rouca e quase sumida, Alexander disse: ”O que é isso? Tirem essa maluca de cima de mim. Eu não conheço essa mulher.” Um silêncio tomou conta do cômodo apertado. Só foi quebrado pelo soluço de Nina e a aproximação de Angélica: “Calma minha querida, ele está confuso. Vamos deixar que ele descanse um pouco mais." “Como assim... Descanse um pouco mais? Quem é você?  Que lugar é esse? Saiam já de perto de mim!” E, num impulso, com a pouca força que ainda tinha em seus membros, Alexander empurrou as duas, tentando levantar-se da cama. Neste momento, Ícaro interviu de maneira grosseira: “Muito bem! O maluco aqui é você, seu sumido... E veja lá como fala com as meninas. Se já está com a cabeça funcionando, pode começar a se explicar.” Alexander olhou bem fundo nos olhos de Ícaro e disse: "Se não tirar as mãos de cima de mim, acabo com você." No canto da parede, Nina ajoelhou-se e rezou. Jurou ali, aos pés da cama do pai, que, se ele se recuperasse, jamais pensaria em se encontrar com Pedro novamente. Era tudo o que tinha. Foi tudo o que conseguiu entregar. Em troca da esperança de ver seu pai bem novamente, Nina deixaria de correr atrás da chance de viver seu grande amor. Do lado de fora, o céu ficou cinza e uma forte tempestade tomou conta do lugar.
CS!

Amor ou Vingança?

Atravessando a sala de casa, Bia se jogou sobre a banqueta que ficava em frente à velha penteadeira, carregada de maquiagens baratas. Como num impulso, foi misturando cores das mais diversas... Seu rosto foi coberto com uma grossa camada de rancor e raiva. As cores vermelha e rosa, de antes, foram substituídas por tons de cinza e preto. Suas lágrimas abriram caminho no rosto moreno, deixando um sulco de pele manchada. Bia deu um soco no espelho, espatifando-o em pedacinhos. O espelho, em cacos, agora refletia a imagem de uma mulher com sede de vingança. Naquele momento, Bia jurou que se vingaria de todos, todos aqueles que um dia a fizeram sentir-se infeliz. Seu coração estava cheio de mágoa.
CS!

Despertar

Presa pelo braço forte de Ícaro, Nina, entre tropeços, acompanhava os passos largos daquele homem que já havia machucado Marina e a ela própria. A caminho do posto de atendimento da vila, Ícaro não deu uma só palavra. Nina sentiu medo e segurou forte a gaita de Pedro entre os dedos finos. Ao passar pela porta, observou Angélica de costas, segurando as mãos de um homem. Foram segundos, que pareceram mais uma eternidade, até que Nina reconhecesse e se jogasse em cima do corpo adormecido de Alexander: “Pai... Pai... Pai... Você está vivo! Eu sabia... Eu sabia que você não tinha me abandonado... Abra os olhos e fale comigo... O que aconteceu? Onde você estava? Por que sumiu por tanto tempo? Vamos, abra os olhos, fale comigo!" Neste momento, como um vulto que assombra terras abandonadas, o grande pássaro negro atravessou a pequena sala da enfermaria, assustando alguns moribundos jogados em seus leitos. Alexander então abriu os olhos.
CS!

O Mundo Dá Voltas

Como se a ilha fosse uma imensa bola redonda, enquanto Nina corria atrás de Pedro, e tendo seu trajeto  interrompido ao meio pelos braços fortes de Ícaro, Bia carregava Pedro em direção à Árvore dos Desejos. Sua paixão era tamanha que já havia esquecido os planos de vingança, que durante tantos anos alimentaram seu corpo de mulher. De todos os homens  que já a haviam tocado, Pedro era o mais especial. Ele, sim, era seu verdadeiro amor. E ela jurava que jamais iria perdê-lo novamente. Bia sabia muito bem como seduzir um homem. A caminho da Árvore dos Desejos, enquanto Pedro tentava se desvencilhar, com a cabeça na figura de Nina, seu corpo acabava cedendo aos caprichos do corpo de Bia. Entre passos, mãos ágeis corriam pelos cabelos de Pedro, e o corpo de Bia roçava em seu corpo, como se bailassem numa coreografia frenética de desejo e perdição. Fizeram amor ali mesmo, antes da chegada à Árvore dos Desejos. Enquanto seu corpo ainda se recuperava do frenesi da paixão, Pedro se levantou e em meio a um grito agonizante disse: “Chega. Você está me sufocando.... Tudo bem... Adorei te reencontrar, quanto mais assim... Você é um tesão de mulher, é minha amiga, mas, não quero mais, não posso mais. Vim aqui por acaso, mas meu coração deseja reencontrar o grande amor da minha vida, meu coração deseja rever a Nina..." "Rever a Nina", essas últimas palavras entraram nos ouvidos de Bia como uma lança que atravessa o corpo de um soldado no campo de batalha. Bia levantou-se, e seu corpo nu refletiu os raios de um sol que caminhava para se pôr bem devagar.  Passou a mão entre os cabelos fartos, como se quisesse arrumá-los, e enfiando os dedos entre os lábios, também fartos, como se lambesse os restos de um doce saboroso, Bia sorriu, estalou um beijo para o alto, juntou suas roupas coloridas e pôs-se a caminho de volta para a vila. Pedro ficou ali, de pé, parado. Apenas pensou em voz alta: “Meu Deus, o que está acontecendo comigo?”
CS!

Milagres Acontecem


As mesmas mãos que esfregaram os olhos, após receber como um presente dos deuses as cores de volta para sua vida, foram também as mãos que ampararam o corpo daquele homem maltrapilho, esticado na areia da praia. Angélica foi a primeira a reconhecer Alexander, ali, bem à sua frente. Foi durante o passeio pela praia junto com Ícaro. Com os olhos marejados de lágrimas, o corpo agachado e as palavras trêmulas, Angélica puxou Alexander para perto de si, e balbuciou devagar: “Meu querido Alexander, você está de volta! Nina será a pessoa mais feliz do mundo em saber disso. Por favor, acorde meu amigo. Bem-vindo à sua ilha.” Alexander sequer mexeu um músculo. Foi preciso que Ícaro o carregasse até o vilarejo, ainda sem acreditar, e, no fundo, bem feliz por ter parte de seu trabalho resolvido. Agora, só faltava descobrir quem havia matado o Dr. Roberto. CS!

A Volta dos Que Não Foram

Nina saiu em disparada, como se seus passos pudessem alcançar o som que aquele instrumento, que achava ser de Pedro, soprava poucos minutos atrás. Seu coração estava disparado. A simples ideia da presença de Pedro, seu Pedro, mexia com o funcionamento de todo o seu corpo. Suas pernas tremiam e o suor escorria por entre seus seios. Confusa, Nina desejou que Marina estivesse ao seu lado. Confusa, também, pensou como poderia dividir espaço em seu coração para dois grandes amores. O amor de Pedro e o amor de Marina. Numa corrida alucinante, seu sorriso largo alternava-se com um choro desesperado. Por que se sentia assim? Por que logo naquele dia em que tinha acordado tão decidida a ser feliz?  E bem próxima à ilha, em busca do paradeiro de Bia, para lhe mostrar aquele instrumento, que as duas conheciam tão bem, sua corrida foi interrompida pelos braços de Ícaro, que, com o corpo forte, entrou no caminho de Nina, como um muro que cerca as margens de uma prisão: “Menina, venha comigo, tenho algo a lhe mostrar.”
CS!

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Som e Fúria!


Naquela manhã agitada, enquanto Angélica estava atônita por receber, "para a sua alegria", a visão em cores, o detetive Ícaro já preparava, outra vez, a papelada para um novo julgamento dos dois casos que viera resolver, desde quando pisou na areia da prainha da Ilha; o desaparecimento de Alexander e o assassinato do doutor Roberto. Iria enviar a convocação para as quatro mulheres: Nina, Bia, Angélica e Marina. Mas, ficará furioso quando souber que Marina deixara a Ilha dias antes... Ficará furioso, quando descobrir que Alexander voltara, maltrapilho e desmemoriado, sabe-se Deus vindo de onde!
Pedro, jogado aos encantos do doce balanço do corpo de Bia, ainda atordoado de amor por ter visto Nina, conhecerá, muito em breve, a fúria que habitará seu coração, quando souber que Bia carrega um filho seu, no dia em que ela lhe revelará, pois nem ela mesma ainda o sabe...
Nina, em total estado de entorpecimento, segurando a gaita de Pedro, que ela bem conhecia de cor, jurava que haveria de ficar insana se soubesse que ele estava por perto. Seu coração, tocado pela melodia que ouvira instantes antes, parecia uma locomotiva louca para saltar-lhe da boca, cujos lábios foram capazes de, num segundo mágico, sentir o gosto do último beijo de Pedro!
Alexander, estirado nas areias da praia, onde reaparecera, continuava à espera de um milagre, tendo nas mãos a pena do Pássaro Preto, que, após o bater de suas asas estonteantes, agora arqueadas, coroava sua cabeça sem memória...
O som da gaita de Pedro cobria a Ilha, que, sem ter a ideia da fúria dos deuses, ainda espreguiçava, quando a tarde adentrava, prenunciando uma grande tempestade...
Na varanda da casa de Nina, o gato “Borboleta”, reaparecido com mais uma de suas sete vidas, aguardava sua dona... Estirado no piso de madeira envelhecido, percebeu a primeira gota de chuva!
BA!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Revelação

O som da gaita de Pedro foi interrompido pelas mãos de Bia, abraçando sua cintura e enroscando seus cabelos em seu pescoço. No instante em que ela puxava o corpo de Pedro para junto do seu corpo quente e bronzeado pelo sol escaldante, a gaita de Pedro caiu ali mesmo, atrás daquela árvore de onde Pedro espiava Nina, sua doce Nina. O coração de Pedro bateu acelerado. Se de um lado não queria que aquele momento fosse invadido daquela maneira, do outro lado seu corpo se deixou levar pelo balanço do corpo de Bia. Sairam em disparada, antes mesmo de Bia perceber quem Pedro espiava. Atraída pela melodia que tocou seu coração, Nina foi em direção ao lugar onde Pedro estava e quase desmaiou, quando tropeçou naquele troço no chão, e, ao alcançar a gaita, bastou tocá-la para saber. E embalando o instrumento com as mãos sussurrou como se estivesse cochichando com sua própria sombra: "Não pode ser. Essa... Essa... É a gaita de Pedro."
CS!

terça-feira, 24 de abril de 2012

A MeNINA dos Olhos de Pedro


Agora ele estava por detrás de uma árvore, a menos de dez metros de distância de Nina! Admirava-a com uma paixão que chegava a doer dentro de seu peito... Uma gigantesca onda de sentimentos o envolveu, assim como se ele próprio fosse a onda, e de dentro dela era-lhe possível enxergar um lindo pôr-do-sol nos olhos de Nina, que, naquele instante, cativava seus alunos, dando-lhes uma lição de português, que mais parecia um acalanto, de tão doce que sua voz lhe chegava aos ouvidos!
Sua amada Nina lhe pareceu serena, mesmo estando compenetrada em sua atividade. Seu corpo, enquanto girava em movimentos suaves, vez para o quadro-negro, vez para as crianças, era como se bailasse, ensaiando uma coreografia suprassumo, incapaz de ser dançada por pessoa alguma nesse mundo. Somente ela, pensava Pedro...
Não resistindo aos encantos de Nina, feliz em encontrá-la e revê-la, sacou sua gaita do bolso de trás da calça e, levando-a à boca, começou a soprar os acordes de uma bela canção... Uma, que Nina adorava vê-lo tocar, quando, anos atrás, ela e Bia se enroscavam uma à outra, enlaçadas num abraço, admiradas com o som genuíno que Pedro tirava de seu instrumento preferido... Nas gostosas noites em que ficavam, os três, juntos aos pés da “Árvore dos Desejos”, na planície de tapete verde rodeado de flores vermelhas!
A meNINA dos olhos de Pedro só faltou dançar, admirada com o som que ouvia, à procura do lugar de onde ele vinha...
BA!











quinta-feira, 22 de março de 2012

A Volta do Pássaro Preto

Ainda naquela manhã que presenteava a Ilha com dois grandes milagres, quando Pedro estava à procura de sua doce Nina, quando Bia esparramava sua alegria nas águas do oceano, toda cheia de graça, o céu ficou tonto e maravilhado com a chegada daquele que havia ido embora, sem deixar pistas de seu paradeiro. Ele também voltava, num voo rasante... Após vigiar a Ilha, do alto de uma árvore, o Pássaro Preto bateu suas belas asas arqueadas e estonteantes e foi coroar a cabeça de Alexander, jogado nas areias da praia, o pobre maltrapilho!
Agora, a imagem dos dois se fundia numa só... Assim, como a criatura e o criador, a leveza desse encontro parecia se encaixar, saborosamente, nessa Estória com H, visto que esses personagens estavam perdidos numa linha tênue, capaz de se quebrar de tão frágil, pelo tempo.
O pássaro deverá trazer o milagre que Alexander aguardava?  Ao encontrar, naquele bolso raso de sua calça rasgada, aquela pena preta, que ele próprio havia enterrado, anos atrás, num buraco na areia da praia, o pobre desmemoriado não sabia o que fazer com ela...
BA!











quinta-feira, 15 de março de 2012

Ainda Falando em Milagres

Até hoje, há quem jure que no mesmo dia em que os céus trouxeram as cores de volta para os olhos de Angélica fora também o dia em que aquele homem apareceu esticado na areia da praia. Sim! Ele estava de volta! Sabe-se Deus vindo de onde. Mas, ali estava ele! Seus cabelos agora eram ralos, chegando a lhes faltar. Os braços, ora musculosos, carregavam agora a carcaça de um homem com fortes marcas do tempo cravadas no rosto. Alguns dentes lhe faltavam, o que pouca diferença fazia, pois dizem, também, que ninguém, daqueles dias em diante, jamais conseguira tirar-lhe um sorriso do rosto. Maltrapilho, jogado nas areias da praia, ali estava ele. Alexander! Alexander estava de volta à sua ilha! Mas, não de volta à vida que deixara pra trás. Durante todos aqueles anos desaparecido, além de ter perdido muitos quilos, perdera também sua memória. Sendo assim, ali estava ele, à espera de um milagre!
CS!

Para Encher Seus Olhos!

“E os milagres? Para quê servem?”
Angélica, agora, descansando em sua cama, após voltar do passeio pela praia em companhia do detetive Ícaro, estava a meditar sobre o diagnóstico de seus médicos. Seria mesmo irreversível? Ela estaria presa em sua agonia de ver tudo em preto e branco para o resto de sua vida? Tentou dormir, fechando os olhos, aguardando um belo sonho em cores!
A menina de seus olhos despertou de um sono profundo e misterioso, para o qual havia sido levada, acorrentada e desolada. Enquanto lá permaneceu, viveu numa escuridão tamanha, que lhe era como um calabouço sem fundo. E cada vez mais ela ia se afundando, sem encontrar o chão... Por lá viveu, por muito e muito tempo, sem receber luz alguma, e por isso não era capaz de emitir os estímulos das sensações visuais. Pobre Angélica, dona da menina cega...
Mas, renascendo das cinzas, feito uma fênix, a menina percebeu um jato de luz e nele se agarrou com suas mãos firmes... Feito a ira das lavas de um vulcão em erupção, a luz rompeu o astral, devolvendo a menina à Angélica, para encher seus olhos!
BA!

terça-feira, 6 de março de 2012

Cheia de Graça!

“É ela quem passa, num doce balanço, a caminho do mar...”
Borboleteando pela praia, absorta em seus devaneios, Bia era capaz de revolver as águas do oceano por conta de sua força de mulher, que descobrira um amor sem vergonha alguma...
Enquanto pensava, ardentemente, em seu desejo de ter um filho de Pedro, não era capaz de supor que ele estava, justo naquele momento, atrás de Nina.
Bia, toda cheia de graça, de sutiã lilás, de short amarelo, curtinho, de top azul, de batom escarlate na boca que prediz sua vontade de ser mãe, agora era como uma borboleta, adejando pela areia da praia, sem querer tomar rumo algum... Sem direção certa, capciosa como ela só, enganava até mesmo as ondas do mar, sem deixá-las tocar seus pés.
Provocada por emoções inconscientes, atirou-se nas águas e se refrescou de sua lucidez!
O Sol tudo via, festejando-a com seu calor intenso, emitindo apenas raios brandos para aquele belo corpo, que, sendo apenas como uma gota de orvalho, era abraçado e envolvido pelo oceano que nela transbordou...
BA!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Desencontro...

Nina já estava junto aos seus alunos... Naquela pequena escola do lugarejo, ela brilhava aos olhos de cada criança. A professora era mais que uma educadora, era uma amiga, uma criatura cheia de vida, iluminada, alegre e sapeca! Ensinava como ninguém. Seus métodos de ensino eram bastante lúdicos e isso fazia com que a garotada se interessasse mais por suas aulas. Nina era como uma encantadora de crianças...
Mas, Nina também era uma encantadora de Pedro! Pedro, que estava à sua procura... Louco para encontrá-la, já chegava próximo à sua casa, sem saber que ela estava lecionando àquela hora.
Com um sorriso na cara, Pedro só fez bater à porta... Feito um urso, satisfeito, após sorver um grande pote de mel, esperava ver Nina, abrindo-lhe a porta, também com um largo sorriso! Pura ilusão...
Sentiu o silêncio sepulcral vindo de dentro da casa. Ali, não havia uma alma viva! Ali, não estava a sua amada. Esperou mais um minuto e nada... Correu pelos arredores, mas não foi capaz de encontrar nem mesmo uma pena de passarinho flutuando ao vento lá no quintal. Tudo estava bem quieto!
Pedro pensou: “Se o cometa Halley aparece de tantos em tantos anos, ainda tenho a chance de reencontrar a minha doce Nina...”
BA!


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Os Tons do Amor de Pedro

Naquela manhã, Pedro, depois de ter dormido feito um gato, aconchegado em seu canto, desejando sonhar com Nina, aquela menina, aquela mulher, que ele tanto amava, que não saia de seus pensamentos, acordou feito um leão, disposto a encontrar Nina, antes que deixasse a Ilha no dia seguinte, ou um  dia depois...
Mal tomou o café e disparou em direção à casa de Nina. Pelo caminho, passando seus passos pela praia, antes de subir o morro, ele foi pensando...
“ Sou um cara bonito, inteligente, tenho um trabalho, vivo em busca de um ideal, sou feliz... Penso nela, na mulher que amo, tenho uma estrela na testa, sou do bem, sou capaz de fazer alguém sorrir, tenho a minha música... Amo a minha Nina!”
Não era à toa que Pedro sonhava em encontrar sua amada. Quantas palavras poderiam ser ditas, quanto mal-entendido poderia ser resolvido, quanta mentira poderia ser resolvida, quanto mal-estar haveria de ser banido...
O jovem rapaz não via a hora de estar frente a frente com Nina. Ao se encontrar com ela, poderia lhe dispor de seu amor. Haveria de lhe contar sobre as horas todas, tontas, que passou sem sua companhia...
Sobre os dias em que pensou que a vida nada valeria sem tê-la ao seu lado. Como poderia respirar sem ter o ar de sua vida pulsando ao seu lado, como poderia enxergar as coisas belas da vida sem ter os olhos dela também descortinando o céu, o mar, as estrelas...
Pedro caminhava a passos rápidos. Em seu coração, os tons de seu amor por Nina eram os mais nobres, os mais desenhados em linhas furtivas, capazes de fazê-la feliz por um dia, ou por toda a vida...
BA!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Amor Sem Vergonha

Pedro e Bia...
“Os dois se amaram, até que a última gota de chuva pingasse do céu!!!”
Beatriz corria, agora, pela praia, enlouquecida pela aventura que tivera com o amigo de infância, mais uma vez... Enquanto o astro Sol banhava seu corpo com seus raios quentes, ela lambia os lábios, ajeitava o sutiã, chutava a areia e sorria... Só de se lembrar daquele frenesi todo ao lado de Pedro, que prometeu, num segundo, naquele em que o ardor faz estremecer, amá-la para sempre, parecia-lhe que a vida estava lhe dando uma oportunidade de sentir um amor assim... Sem vergonha!
Todos os amores que ela cultivou foram efêmeros demais. Nenhum, deles, se manteve com a chama acessa. Amores que ela nem pensava em cativar... Nenhum, deles, lhe ganhava a simpatia, o encanto. Apenas o amor por Pedro era-lhe mais valente, mais dócil, mais digno, mais sério, mais honroso.
No começo, sentia atração por ele apenas para incomodar sua amiga Nina. Depois, o fascínio por ele foi-lhe chamando a atenção, percebendo o quanto aquela sua tendência a desejá-lo mais e mais já lhe sufocava. Por isso, quando Bia o viu tocar sua gaita, naquele show na praia, na noite passada, não teve tempo de pensar nas confusões que ela causava... Ambicionava apenas ter Pedro, mais uma vez, em seus braços!
Borboleteando pela praia, absorta em seus devaneios, Bia era capaz de revolver as águas do oceano por conta de sua força de mulher, que descobrira um amor sem vergonha alguma...
Pensou: “Quero ter um filho de Pedro!”
BA!





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Agonia em P&B

- Assim que terminarmos esse nosso café da manhã, vamos dar um passeio pela praia?
Angélica assentiu, devolvendo um sorriso largo para o jovem Ícaro, que lhe pareceu, naquela manhã, um pouco mais simpático e amável. Isto lhe causou a impressão de que ele estava envolvido com sua situação, quando o sentiu preocupado com o fato de ela estar enxergando, agora, tudo em preto e branco.
Ela continuou a tomar o café preto daquela xícara branca. O resto todo, ao seu redor, irradiava-lhe somente estas duas cores! Angélica sentia-se agoniada, e sabia que sua condição poderia ser um grave efeito de sua doença. Desde que, ao acordar, havia visto seu rosto não mais em cores, assim feito um filme antigo, diante do espelho, ela entendeu perfeitamente... Mas não poderia imaginar se este estado seria reversível ou não! Os médicos estavam certos quanto a este diagnóstico? E os milagres? Para quê servem?
Presa em sua agonia em p&b, Angélica, ao lado de Ícaro, caminhava, com seus pés descalços, pela areia da ponta da praia...  Areia preta, em contraste com o Sol, que propagava a cor branca. O mar se despiu de sua cor azulada, e era como uma tinta preta... As ondas, essas, sim, ao lhe beijarem os pés, ainda lhe emitiam a cor original, o mesmo branco de suas espumas!
- Mas, me diga, Ícaro... Ainda sou uma das suspeitas pela morte de Roberto?
- Você e mais aquelas outras três mulheres. Ainda nessa semana, irei convocá-las para o interrogatório. Não vejo a hora de encontrar logo a assassina!
- Ou o “assassino”...
Ícaro engoliu em seco. Tratou de mudar de assunto. Buscou uma concha na areia e a colocou nas mãos de Angélica:
- Que cor ela tem?
- Uma cor de “aflição”, meu caro!
BA!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Um Rochedo Para Chamar de Seu!

Nina, a doce Nina, correu em direção ao rochedo, antes que pudesse voltar a lecionar para a garotada, que a espera, naquela manhã ensolarada, quando a Ilha acordava calma, com ares de encanto à sua volta... E bem à beira dele gritou:
“Eu sou uma rocha... Ninguém poderá me fazer, de novo, em frangalhos... A minha vida a mim pertence, e dela eu sei... Dela, eu serei mais eu! Está decidido... Serei Feliz!”
Dessa maneira, tão estonteante e real, a menina, a mulher Nina esbravejou com toda a força que lhe veio de dentro d’alma. Era como se ela se tornasse, ali e agora, uma super “Mulher Maravilha”, que, além de encantar a todos, possuía mesmo a grande energia gerada por suas convicções, por seu determinado pensamento e desejo!
Agora, Nina era uma pessoa “feliz”, desde quando assim o decidiu... A ser feliz a todo custo, quando resolveu que seus olhos apenas mostrariam alegria e contentamento pela vida!
E ali, de pé, com os braços abertos, feito alguém que estaria pronta para voar, Nina jogou todas as suas fichas, acreditando em seu destino feliz, escrito, tempos atrás, nas estrelas... As mesmas que, de agora em diante, irão brilhar, todas as noites no céu da “Ilha”, de "sua" ilha, iluminando o novo e encantador caminho de sua bela e feliz vida!!!
O rochedo? Sempre foi todo dela... Um “Rochedo” - feito a rocha que ela se tornou, novamente - para chamar de seu!
BA!



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CONTA-GOTAS

Quando o dia espalhou raios de Sol, a Ilha acordava calma, com ares de encanto à sua volta!
Assim como um gigantesco conta-gotas, o tempo iria transcorrer, aos poucos, pingando suas deliciosas gotas de “Estórias com H”, tratando de tecer a vida de cada um de seus personagens. Haveria de gotejar  esperança, decisões, conquistas, rompimentos, saudades, dissabores, verdades, mentiras, sucessos,  amor, amizade, lassidão, paixão, sonhos, decepção, medo, alegrias...
O tempo, o Senhor dos Destinos!
BA!