A tempestade ajudou a alastrar a notícia de que Alexander
estava de volta à ilha. Todos ficaram surpresos. Enquanto Alexander agarrava
entre os dedos da mão esquerda a velha pena do pássaro negro, Nina segurava
com delicadeza a gaita, que ela desejava ser de Pedro. Bia, ainda furiosa, buscava
entre seus seios, escondido naquele sutiã azul, o bilhete de Pedro para Nina.
Decidido a reencontrar seu amor, agora mais do que nunca, Pedro se preparava
para sair da pousada, carregando nas mãos a garrafa de vidro que protegia a
carta de amor de Nina para ele. Agora sim! Ele iria por os pingos nos is, para
que pudesse se preparar para deixar novamente a ilha. Mas, o destino e os fortes
ventos, que a tempestade também carregava, lhe pregaram uma peça. No corredor
estreito da pousada da vila, aquela garrafa, caindo, deixava as mãos seguras de
Pedro para rolar no chão, até que fosse amparada pelos pés de Ícaro. Ele se abaixou e, ao
examinar melhor o objeto, não acreditou quando constatou que se tratava da
mesma garrafa que estava no local do assassinato do Dr. Roberto, e que depois
havia sido carregada pelas garras de um belo pássaro negro. Antes que pudesse
tomar a garrafa para si, uma escuridão tomou conta do lugar. A vila estava,
naquele momento, completamente sem luz, entregue à uma escuridão que arrepiou
quem lá estivesse. Esperto, Pedro
arrancou a garrafa das mãos de Ícaro e no escuro correu rumo à casa de Nina.
Ícaro só teve uma certeza: "Bingo! Este só pode ser o assassino do doutorzinho."
Seus dentes brilharam em meio à escuridão, esboçando um sorriso de satisfação.
CS!
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