Prêmio Top Blog 2011

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Proposta de Marina

Naquela noite quente, Roberto havia voltado para a pousada, após deixar Bia, toda satisfeita, na praia. Assim que colocou os pés no quarto, deu de cara com a namorada, Angélica, ainda acordada, mostrando-se aflita com seu sumiço: “Céus, Roberto! Onde você se meteu?” Ele, sem ter uma desculpa melhor que lhe caísse à cabeça, apenas respondeu: “Estava à sua procura, querida! Percorri toda a ilha... andei léguas.”
Angélica, passou as mãos em seu rosto e lhe beijou a boca: “Eu estava com Nina, na casa dela... Amanhã, lhe conto tudo. Agora, vamos para a cama...Venha!”
E enquanto isso Nina caminhava na praia. Pensava em seu sonho, querendo descobrir pistas sobre ele. Acabou encontrando “marcas na areia”, que lhe causaram uma certa estranheza. Imaginou que poderiam ser marcas deixadas por conta de uma briga feia, ou por um animal, talvez! Seguiu em frente, arrastando seus pés descalços, agora, na orla, e chutava de leve as ondas que vinham acariciar o seu andar...
Assim que o Sol beijou uma ponta da praia, Marina, que mal conseguiu esperar a tarde chegar para o seu encontro com Nina, apareceu ao seu lado, tão de repente, que Nina sentiu ser uma visão: “É você? O quê faz aqui tão cedo, Marina? Não me diga, também, que irá embora da ilha...”
Antes de dizer palavra, Marina abraçou a amiga, bem forte, e acariciou seus cabelos, respondendo-lhe com o ar de sua graça: “Vou nada, sua boba! Queria lhe encontrar logo, logo. Tenho uma proposta para lhe fazer. Andei pensando bem... Essa ilha me encanta tanto. Quero ficar mais, por aqui, por um bom tempo. Sei que o parco rebanho, que você herdou de seu pai, não está lhe trazendo muito lucro com a venda do leite... Você está sozinha, mora tão só, junto à sua solidão... E se eu lhe contar que pensei em nós duas nessa noite? Não seria uma ótima idéia se eu deixasse a pousada e fosse morar com você? Assim, poderei ajudá-la... Você não sabe ainda, mas a minha família tem grandes posses, e eu recebo uma mesada bem generosa... Imagine, querida, nós duas vivendo juntas... Será uma festa! Poderemos, as duas, reformar sua casa, reformar nossas vidas, hem? Diga-me, Nina, nesse instante em que o Sol já alcança seu belo rosto, o que você acha dessa minha ideia?”
Sem pestanejar, mesmo com a claridade batendo em seus olhos,  e sentindo uma alegria infinda, Nina apenas respondeu: “Vamos, agora mesmo, na pousada, buscar suas bagagens e aquele seu velho e lindo violão!”
Marina lhe abriu um sorriso radiante, mais do que o próprio Sol...
BA!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Marcas na Areia

Nem mesmo as ondas do mar conseguiram limpar os vestígios, deixados na areia, da explosão da paixão de Roberto e Bia. O cheiro de amor ficou grudado daquele lado da praia, que por muitas e muitas noites ainda seria testemunha da atração entre os dois. Deitada na cama, Nina se debatia de um lado pro outro enquanto o sono não vinha. Naquele momento, pensou em Marina. A nova amiga, que estava diariamente a seu lado, tinha trazido alegria pra sua vida naquele momento, porém Nina ficou curiosa em relação à vida dela. Concluiu que não sabia nada de Marina. E que, da mesma forma que ela aparecera, poderia também desaparecer, assim como Pedro, assim como Alexander, assim como seu gato Borboleta, assim como Lia. Pobre Nina! Seu destino parecia-lhe pregar uma peça a cada esquina, ficando ela abandonada pelas pessoas que mais amava. Em seguida, pensou em Angélica, e lembrou-se do carinho que recebera dela. Angélica para Nina era como se Lia estivesse a seu lado. Mesmo com a pouca diferença de idade, Nina sentia um carinho de filha pra mãe por ela. Quando finalmente conseguiu fechar os olhos, teve um sonho estranho. Em seu sonho, estavam todos reunidos na praia: Alexander de mãos dadas com Lia, Pedro, Angélica, Bia, Marina e Roberto. Ao centro, uma grande fogueira. Quando Nina se aproximou mais viu que todos jogavam objetos em direção ao fogo que lançava labaredas tão alto como se fossem atingir o céu. Nina ficou curiosa e, ao chegar mais perto, pôde ver de longe a garrafa que continha a carta que escrevera para Pedro tantos anos atrás. Tratou de enfiar as mãos no meio do fogo. Acordou gritando, sentindo suas mãos formigarem. Nina levantou-se e pôs-se a caminho da praia.
CS! 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marina, Morena Marina!

Sem conseguir dormir, talvez por causa do calor intenso que fazia em seu quarto na pousada, Marina resolveu deixar a cama e ficou um bom tempo debruçada no peitoril de uma das janelas que dava vista para o mar. A visão que se tinha dela era espetacular. Àquela altura, o Sol começava a querer dar as caras, saindo da divisão entre o mar e o céu, que transbordava-se de estrelas que teimavam ainda em permanecer brilhantes e estonteantes sob ele .Enquanto contava um pouco delas, descobrindo suas constelações, Marina se viu, distraída, a pensar em Nina entre uma estrela e outra! Seu rosto, lhe parecia, talhado no céu. Podia encontrar nele seus olhos de menina, sua boca bem feita naquele sorriso tão maroto quanto lindo. E aqueles seus cabelos cacheados, revoltos, eram capazes de cobrir parte do infinito. Sua imagem era-lhe mais bela que aquela visão!Só agora, se deliciando com sua amizade por Nina, ela, enfim, se tocou: “Deus do céu! Por que não consegui, ainda, dizer à Nina a respeito da missão que Pedro me incumbiu? Não lhe contei nada sobre isso. Ela não sabe que eu o conheço e nem mesmo faz idéia do presente que ele me pediu que entregasse a ela, o “colar de borboleta” com aquela sua carta! Por que, naquele dia em que a conheci na praia, e me encantei com seu sorriso, eu não consegui lhe contar o motivo que me levou até ela? Foi um momento tão mágico, e louco ao mesmo tempo, que pensei ser o melhor... na época. Apenas quis que ela pensasse que eu era alguém, que veio de longe para ser sua amiga, assim, simplesmente, sem ter de dar explicação para esse fato! Como eu sou louca!!!” Fechando a janela, Marina decidiu seus novos planos. Haveria de ficar mais tempo ainda na ilha. Amanhã mesmo, avisaria à sua família. E amanhã mesmo, quando a tarde chegasse, haveria de estar ao lado de Nina, para lhe fazer uma proposta! Deitou-se, mesmo com o corpo suado, e resolveu que sonharia seus sonhos...
BA!

Angélica Socorre Nina

Naquele início da noite, com o céu coberto de estrelas, Nina se encontrava ajoelhada sob a sombra das folhas da “Árvore dos Desejos”, onde fora parar sem que desse conta. Com seus pensamentos atordoados, pensou que jamais poderia voltar a ser feliz, mesmo nunca tendo sido um dia. Sem energia, Nina sentia seu corpo bem fraco, e, sem ânimo, sentia sua alma se esvaindo dele. Com as mãos postas, olhou para o céu e suplicou por sua vida. Pediu misericórdia por sua dor, que lhe parecia infindável. Onde poderia encontrar a força para continuar seguindo em frente? Quem poderia lhe estender a mão e lhe indicar o caminho? Nina, sentido-se no fundo de um poço vazio, deixou que as lágrimas todas o inundassem... Quem sabe, assim, nele, poderia afogar de vez todo esse seu sofrer! Caiu num choro compulsivo, capaz de ser ouvido pelos arredores de onde ela estava. E foi por ouvi-lo que Angélica, ao passear por ali perto, acabou encontrando Nina naquele estado tão lastimável, de pura tristeza. Reconhecendo-a, chegou bem perto. Abaixando-se, envolveu seu rosto com suas mãos e lhe disse: “Nina, querida! O quê faz aqui tão sozinha? Por que está chorando tanto? Venha comigo... Irei levá-la para casa. Lá, você poderá descansar e, se quiser, poderá me contar sobre o que está lhe causando essa aflição. Venha... segure minha mão!"
Enquanto isso, na praia, Roberto e Bia deitavam e rolavam numa paixão ferrenha, obstinada! Somente o céu por testemunha...
BA!

sábado, 27 de agosto de 2011

A Cor Faz o Tom

Enquanto Nina sobrevivia com seu desassossego, Bia, cada vez mais colorida, espalhava suas cores pela ilha, sempre próxima de Roberto. Mas foi no início de uma noite bem estrelada, enquanto terminava uns rabiscos no papel, jogada na areia da praia, que Bia sentiu por trás dos ombros as mãos leves de Roberto. Ela borrou seu desenho, manchando de vermelho a arte quase acabada. "Bia, que desastrada você é! Só queria saber se viu Angélica passando por aqui." Com o jeito travesso, Bia buscou o resto de tinta vermelha e lambuzou as mãos no rosto do doutor. O que pareceu ser uma brincadeira, acabou nos dois corpos rolando sob a areia como se estivessem lutando. Mas, naquele momento, o toque do corpo de um em outro provocou uma onda de calores. Ali, naquela noite, naquela praia, se sentiram absolutamente atraídos um pelo outro. E se entregaram à paixão!
CS!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Desassossego

Por horas a fio, Nina caminhou com os pensamentos soltos. Pensava em Alexander, em Pedro e nas estórias sobre Lia. Ficava imaginando e desenhando em seu pensamento como seria sua vida, caso Lia existisse. Imaginava as duas correndo entre os lençóis brancos pendurados nos varais. Imaginava Lia, Alexander, e ela própria, sorrindo ao redor da mesa enquanto espalhavam os papéis que Nina escrevia. Neste momento, Nina se lembrou que há muito tinha parado de rabiscar letras no papel. Antes mesmo que concluísse seus pensamentos, levou um susto quando viu que seus passos a levaram até à" Árvore dos Desejos." Aquela, com as iniciais de Nina e Bia talhadas na madeira velha e rachada. Nina procurou um lugar encravado sob a sombra das folhas e caiu de joelhos!
CS!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Resiliência Para Nina!

Tomando emprestado, o termo, da física, o conceito psicológico “resiliência” é a capacidade de o indivíduo superar os obstáculos, lidando com eles, a despeito de todos os desafios, além de ultrapassar todos os traumatismos e conseguir, enfim, apesar das feridas, recomeçar e reconstruir a vida.
Nina, a doce moça dessa estória, parecia estar sem chão enquanto passou todos aqueles dias à procura do paradeiro de Alexander, seu pai. Com a ajuda prestimosa da nova amiga Marina, ela percorreu todos os caminhos que cercavam aquela ilha. Canto por canto, indagando e procurando pelos vestígios do pai. Foram dias angustiantes, jamais vividos por ela em toda a sua vida.
Muitos conhecidos, dela, tentavam encontrar uma razão para aquele desaparecimento, dizendo que Alexander foi tragado pelo mar, estando furioso, naquela noite de meu sumiço. Outros, que nada têm a ver com essa estória, diziam que ele foi ao encontro de uma bela sereia e não voltaria tão cedo.
Ah! Quantas outras, besteiras, Nina teve de ouvir enquanto buscava algum sinal dele. Nem mesmo Bia, sequer, lhe teve a complacência, a atitude de boa vontade em estar ao seu lado. Para ela, o pai de Nina havia ido embora da ilha, deixando a filha, sem deixar ao menos um bilhete de despedida.
Somente Marina, o tempo todo ao seu lado, lhe ouvia, lhe dando toda a atenção, e lhe estendia a mão, enquanto caminhavam naquela busca, lhe cobrindo dos carinhos que ela tanto precisava naqueles momentos de sua aflição.
Um dia, após todos os outros, Nina acordou num sobressalto. Havia tido sonhos terríveis... Decidiu se levantar, ainda sem que o Sol se levantasse para surgir na linha do horizonte, e foi caminhar na praia, assim como gostava, também, seu pai. Andou, andou... Precisava reunir forças para continuar a sua vida, agora, sem a presença de Alexander. Precisava encontrar a resiliência, que faria dela uma grande e forte mulher nessa estória!
BA!

Um Dia Após o Outro

Os dias que se seguiram, após a viagem de Alexander, foram dias sofridos para Nina. Sem saber notícias do pai, o tempo ia passando sem que Alexander voltasse para casa. O tempo de angústia e procura foi também um tempo de descobertas e conquistas. Roberto e Angélica decidiram se estabelecer um tempo na ilha e se aproximaram ainda mais de Nina. Bia, que Nina imaginava ser sua melhor amiga, não deu a devida atenção ao desaparecimento de Alexander, levando sua vida colorida, agora, com o objetivo de seduzir Roberto. Em compensação, Marina acabou se tornando uma bela surpresa. Sua atenção, seus ouvidos atentos, seu carinho e sua presença trouxeram conforto à Nina e foram decisivos para um início do que se tornaria uma bela amizade. Durante as primeiras semanas após o desaparecimento de Alexander, foi ela quem acompanhou Nina diariamente em busca do pai. No final do dia, costumavam passar muito tempo sentadas na varanda, com os pés balançando para fora do alpendre. Por horas, ficavam ali, totalmente em silêncio, apenas escutando o barulho do vento, com os olhos em direção ao nada.
CS!

domingo, 21 de agosto de 2011

Lia Busca Alexander!

Na noite anterior, enquanto recitava seus versos de amor, ao lado de todos, na praia da ilha, Alexander só queria um desejo: o belo pássaro trazendo sua Lia em suas asas arqueadas, para que ele fosse, enfim, levado por sua Lia...
E naquela noite, enquanto o tempo passava, com ventos soprando, fortemente, Alexander saiu de casa, ainda meio adormecido... Antes, beijou, na testa, sua filha Nina, já se despedindo... Ela, num sono profundo, apenas disse: “Boa-noite, meu pai! Te encontro amanhã...”
Alexander foi dar no penhasco, levando consigo a pena preta de seu pássaro mágico. Sabia que aquela hora seria a hora que ele tanto sonhou!
Lá chegando, ao avistar uma sombra, ao longe, que vinha entre as nuvens, não cogitou palavras... Se entregou para a sua Lia que chagava nas asas arqueadas, enfim, daquele belo pássaro!
Sua estória terminava ali, para continuar numa outra dimensão! Deixava, agora, sua amada filha Nina, seu parco rebanho, sua linda vida, sua ilha...
Alexander, de peito aberto, se entregou e encontrou nos braços de Lia a sua nova vida! Foi como um despertar... Foi como encontrar o que buscava, desde a partida de Lia... Foi como uma nova aurora... Foi como uma estrela reluzente que se fazia presente... Nada mais era igual! A vida que vivera não tinha mais sentido algum... Agora, estava nos braços de Lia, em sua viagem...
Sentiu a doçura de Lia, sentiu a verdade de sua vida, sentiu o amor por ela, desde quando a conheceu, sentiu a porta aberta para a sua nova e emocionante vida ao lado, enfim, de Lia. Por quantos anos Alexander esperou essa conexão... Agora, estava prestes a se entregar de corpo e alma... Nada, além desse momento mágico, poderia retê-lo nessa dimensão... E foi assim, como numa viagem diáfana, que Alexander se entregou aos braços de Lia, que, feliz, o embalou, num abraço de urso, levando-o para o além, com grande amor!!!
BA!








sábado, 20 de agosto de 2011

A Viagem de Alexander

Naquela noite, todos os personagens desta estória com H dormiram um sono pesado, profundo. Do lado de fora, uma grande tempestade se formava. Ventos fortes cobriram a ilha e voltaram a levantar areia para todos os  lados. Cada cabeça, em seu travesseiro, traçava e sentia os sonhos e pesadelos próprios. Alexander sonhava com Lia, quando levantou-se da cama, e passando pela porta ainda destruída foi em direção ao grande abismo que dava para uma garganta de rochas e árvores misturadas. O vento soprava tão forte que Alexander sentia-se como se estivesse flutuando. Os cabelos soltos e o corpo coberto por uma colcha de retalhos, aquela feita por Lia, Alexander levava nas mãos a pena do belo pássaro. Parou, a um passo de desmoronar-se, ao avistar, ao longe, uma sombra que vinha entre as nuvens.
CS! 

Um Novo e Belo Destino Para Marina!

A noite ainda não havia dado margem para a madrugada, para a entrada do dia seguinte! Cada qual, naquele instante, procurava o seu lugar antes que a manhã chegasse à ilha, com o Sol penetrando em cada espaço dela. As ondas do mar continuavam em seu ritmo sereno, como as águas, num vaivém, que se mostravam, assim, numa cadência em seus movimentos.
Todos, com exceção de Marina, foram embora... Deixaram a praia, dando as costas para a imensidão do oceano. Mas, ela, não! Tão forte, mais que um tufão, daquelas pessoas que “se lhe pedirem um dedo, ela dá a mão”, continuou de frente para o mar... E admirou a paisagem! Como era linda a vista... Dali, onde estava, poderia ver a linha do horizonte, dividindo céu e mar. Pensou em sua vida, pensou no quanto havia deixado para trás os seus devaneios, para estar, agora, naquela ilha mágica, onde, um dia, desejava colocar os pés, talvez, para sempre... Porque todos comentavam sobre essa magia que a ilha guardava em seu âmago!
Seu destino haveria de estar ali! Assim pensou, quando viu uma estrela reluzente no céu, e foi capaz de acompanhá-la, por um bom espaço de tempo, sem que ela se deslocasse. Fez seu pedido a ela!
Um pouco decepcionada, ao verificar que havia partido, sem querer, os elos que uniam o cordão daquele “Colar de Borboleta”, que ela tanto apertou no bolso de sua jaqueta, talvez por nervosismo, decidiu que teria de rever Nina. Seu coração indicava seu destino. Ter chegado àquela ilha não era um puro prazer de sua vontade, mas, sim, um destino traçado pelo cosmo!
Procurou, nas águas do mar, a imagem daquela moça tão suave que conhecera minutos atrás... Encontrou seu rosto, ainda menino, faceiro, brincando nas ondas! Percebeu, então, seu novo e belo destino... A que venho parar naquela ilha!
BA!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Desenhando Um Novo Destino

Por alguns minutos, ainda ficaram, ali, todos eles. Vidas que se cruzavam, estórias que prometiam ser muito especiais. Mas, assim como em um passe de mágica, aquelas pessoas deram as costas umas para as outras, como se nada daquilo tivesse acontecido. De um lado, Nina carregando Alexander pelos braços, do outro lado, Roberto agachado ao lado de Angélica, com os olhos parados em Nina. Bia, bem ao lado deles, comia Roberto com os olhos, assim como se pudesse devorá-lo ali mesmo. Bem ao centro, Marina, que, com as mãos encravadas no bolso da jaqueta, segurava tão forte o colar de borboletas que uma delas acabou se quebrando e partindo os elos que uniam o colar. De longe, foi acompanhando o andar de Nina até que ela desaparecesse na escuridão com Alexander.
CS!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Grandes Emoções!

Felizmente, a nuvem de poeira só durou um ínfimo tempo, algo em torno de milésimos... Nem deu tempo para sentir! Mas, aqui, o tempo acabou sendo congelado, por uns bons sessenta segundos, o tempo da conexão entre Marina e Nina...
Baixada a poeira, a praia recebeu de volta toda a sua magnitude, iluminada pela Lua e pelas estrelas, além de ter surgido, no céu, algo assim como fogos de artifício somente para aquelas duas “senhoras do destino”, pois, para os outros participantes tudo havia voltado ao normal após toda aquela poeira.
Atormentados por aquela névoa de grandes emoções, mesmo embaçando as suas vistas, todos, naquele momento estranho, se entreolharam com uma única interrogação em suas cabeças: “O quê se passou aqui? Sentimos grandes emoções... Por quê isso? Estamos em meio a algo que está para acontecer?”
Como se estivessem aguardando uma resposta, todos eles ficaram a ver navios...
BA!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ora! Ora!

Após aquele encontro entre Marina e Nina, guiado pelo cosmo, talvez, nunca se sabe... aquela noite se fez surgir como uma noite abissal, a região profunda dos oceanos, onde nem mesmo o céu poderia ser o dono dessas “senhoras do destino”, pois uma nuvem de areia, chegando tão rápido na praia, cegou a todos os outros que se encontravam ali reunidos: Angélica, Roberto, Alexander e Bia. Apenas Nina era capaz de ainda enxergar o belo rosto de Marina...
O “Colar de Borboleta”, ainda na caixinha, dentro do casaco jeans de Marina, parecia não ter ainda o endereço certo. Por enquanto, permaneceria ali, aguardando ser desnudado de vez!
(Mas, alguém, bem especial, acabara de recebê-lo, como um presente de aniversário, num mundo distante... numa outra dimensão. Tal e qual!!!)
BA!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Dia em que Cláudia Simões Nasceu!

Para escrever sobre essa minha amiga querida e bacana, Cláudia Simões, devo, antes, pedir permissão aos personagens de “Estória com H”, colocando aqui as minhas felicitações a ela!
Para congratular essa data, devo comentar sobre sua pessoa, sabendo que deverei bem escolher as palavras, pois não são quaisquer palavras que poderão tingir esse espaço tão especial no “dia do hoje.”
Desejo, com minhas palavras, cingir essa página falando dela!
Cláudia Simões é mais que uma amiga, é um ser adorável, um “Anjo na Terra”, que conheci anos atrás e por quem tenho uma grande admiração. Não fosse por ela, esse Blog não existiria! Em nossos anos de amizade, sempre escrevemos ao nosso deleite. Tantos e tantos “escritos” que nós juntamos em nossa caixa de recordações.
Mas, no dia em que começava o mês de Junho desse ano, a minha amiga “Bonitinha” me convidou a escrever com ela essa sua sensacional idéia, seu projeto pessoal: o “Estória com H”, e eu aceitei seu convite sem pestanejar!
Como não abraçar este projeto lindo que foi criado em sua mente maravilhosa? Como não ser parceira nele com essa minha parceira de 14 anos de amizade? Como não acreditar nesse seu desejo de escrever ao meu lado? Como não acreditar que eu poderia escrever ao seu lado? Como não imaginar que poderíamos criar, uma na inspiração da outra, essas “estórias” que tanto nos comovem ao escrevê-las?
Cláudia Simões é sinônimo de guerreira, de pessoa que acorda o dia com a sua alegria, capaz de realizar os seus desejos se assim os quer, de mulher que ama e desafia a vida, de absoluta certeza do presente e do amanhã, de força feminina que anima o seu ambiente, de grande estrela que ilumina a noite e de total candura que alimenta a alma da gente!
Minha amiga Cláudia Simões não é alguém de quem se deva ter apenas uma lembrança ao conhecê-la, mas, sim, alguém a quem se deve fazer reverência por ela existir e por ser a pessoa tão incrível e espetacular que alguém possa conhecer! Foi assim comigo... É assim com quem a conhece e, com certeza, vai entender essa minha grande consideração por ela!
Pra você, minha amiga, lhe desejo, hoje, tudo aquilo, em dobro, que você me dedicou no “dia em que eu nasci”, que está escrito aqui, por você, em nosso Blog!
Pra você, grande Escritor@, lhe desejo, hoje e sempre, a magia do viver em paz, em harmonia, com saúde, vida e proteção em todo esse seu belo caminhar...
Parabéns, Cláudia, por sua linda vida! Sou feliz por fazer parte dela!!!
BA!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Chegada de Marina à Ilha!

Quando Pedro teve aquela sua idéia, nesse mesmo dia, saiu à procura de Marina. Ao lhe pedir o favor de entregar à Nina o seu presente de aniversário, aquele belo “Colar de Borboleta”, juntamente com uma carta sua, ficou feliz em saber que Marina adiantou a sua viagem para a ilha e ainda hoje chegaria lá!
Ela lhe prometeu que entregaria a sua encomenda: “Pode acreditar, Pedro, sendo essa sua amiga, Nina, uma mulher bonita e atraente, como você diz... certamente, irei, sim, encontrá-la. Essa é a minha especialidade! Depois, lhe envio notícias.” Jogou um beijo para ele, e lhe abriu um sorriso tão lindo que Pedro sentiu nele o sorriso encantador de sua Nina. Sem entender bem aquelas palavras de Marina, deixou a caixinha preta do colar em suas mãos.
Um tempo depois, era a vez de Marina colocar os pés na areia da praia, já desembarcando bem feliz na ilha.
Assim que deixou as bagagens e o seu violão na pousada, saiu logo em direção à praça, à procura de informações que a levassem ao encontro de Nina. Alguém, por ali, lhe avisou que ela estava na praia com um grupo de pessoas, instantes antes.
Aquela moça esfuziante, no alto de seus 26 anos de idade, era alguém contagiante! Um pouco “porra louca”, doidinha também, é verdade, mas dona de um coração bondoso e cativante. Seu rosto bonito, bem delineado, era digno de sua real sinceridade, que era passada através daqueles seus olhos brilhantes e penetrantes no seu olhar...
De longe, ela alcançou com a vista cinco pessoas reunidas, assentadas na areia. Já era quase noite, de céu bastante estrelado, quando, como uma estrela cadente, ela chegou perto e foi perguntando: “Alguma de vocês aí é a Nina?” Admirou-se com o coração festivo ao ouvir: “Sou eu! Quem quer saber?”
Marina abriu um sorriso que encantou Nina!
BA!



Passa Tempo, Tempo que Passa

Acabou que a confusão se dissipou sem que a maioria daqueles personagens tivesse respostas às suas perguntas. Na praia, sentados ao redor de Alexander, estavam todos atentos, com os ouvidos abertos para escutarem aquela estória que um homem de poucas palavras, com uma pena nas mãos, praticamente recitava, com os olhos fixos no céu e as mãos para o alto.
CS!

domingo, 14 de agosto de 2011

Recado

Angélica pareceu ter entendido bem o recado daquela bicada bem dada por aquele estranho pássaro. Calou-se não só pelo ferimento na boca mas, principalmente, pela mensagem que recebera. Aquele não era o momento e nem o lugar de se trazer à tona, como um tiro à queima-roupa, os segredos e desejos de cada um. O silêncio, que ocupou a sala, preencheu todos os espaços vazios. A falta de barulho foi substituída pelos passos frenéticos de todos, buscando o caminho da saída para ir atrás de Alexander. Foi uma confusão. E neste pequeno jogo de tabuleiro aquelas pessoas, assim como peças de um jogo de damas, começaram cada uma, à sua própria maneira, a tecer com pressa uma colcha de retalhos. Roberto saiu da casa puxando, de um lado, Nina e de outro lado Bia. Enquanto isso, Angélica corria à frente, buscando a trilha desenhada por Alexander nas areias da praia.
CS!

sábado, 13 de agosto de 2011

Quisera

Quisera cada um daqueles personagens dizer, registrar o que cada um sentia. Uma cachoeira de sentimentos despencava naquela sala. Quantas emoções e quantas razões faziam aquelas pessoas estarem ali naquele momento? Mas existia uma razão. Sempre há razão em tudo o que acontece. E o que aconteceu, é o que, às vezes chamamos de coincidência. E se fosse para realizarmos os desejos de cada um naquela sala a estória seria assim: do lado de Bia, ela teria um romance, uma paixão explosiva com Roberto, o homem que ela se encantara desde a primeira vez que o vira. Do lado de Roberto, ele se sentiria atraído pelas cores de Bia e pelo amor de Nina ficando bem dividido. Do lado de Nina, ela queria ver seu pai bem, vivendo em seu mundo paralelo, mas bem. Do lado de Alexander, ele queria que Angélica fosse Lia e que ela estivesse bem ali do seu lado. Do lado de Angélica, ela queria entender toda aquela estória, que parecia ser mais uma bela Estória com H. E foi então que nada daquilo aconteceu, pelo menos por aqueles momentos.
CS!

Um Susto ao Quadrado!

Lá ia o gato Borboleta atrás de Alexander, que correu em direção à praia à procura do belo pássaro e de sua pena!
Depois de descongelados os personagens, a ilha se parecia com uma bolha efervescente, soltando faícas para tudo quanto é lado... No céu, os festins estavam a girar, assim como numa grande festa, anunciando que a coisa toda ia rolar...
Nina, após seu grito estridor, se calou ao perceber nos olhos daquele homem, o doutor Roberto, um olhar tão amigo... Lembrou-se de suas feições: “Você é o Roberto? Aquele doutor que cuidou de meu pai anos atrás? É você?”
Ele, ainda boquiaberto, ao vê-la tão linda e estonteante, respondeu: “Eu mesmo, Nina! Vim buscar aquele tesouro... Lembra-se? Essa é Angélica, minha namorada!”
Angélica, com o lábio sangrando, amparando o sangue que gotejava, fez um sinal a ela com a mão estendida: “Olá, Nina! Prazer em conhecê-la, infelizmente, nessa ocasião tão absurda!”
Bia, encantada em estar ao lado de Roberto, só fez dizer: “É ele, Nina... vocês já se conheciam? Não acredito que você tenha tido a chance de conhecer esse homem!”
Nina, sem saber se corria atrás do pai, apenas disse: “Aquela ostra velha dentro de sua concha? Faz anos que a joguei fora... Imagina se eu iria guardar, todos esses anos, aquele treco maluco?” Se era ele o seu tesouro, só tem agora a concha...”
Angélica riu, sem saber da verdadeira estória que os unia desde anos atrás...
Afinal, um susto ao quadrado, para cada qual, depois de serem descongelados!!!
BA!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Descongelando os Personagens

Enquanto Alexander escapulia de casa, sem que ninguém, que ali se encontrava, desse por sua falta, pois todos estavam atordoados, o gato Borboleta o seguia até à praia.
Na casa, Roberto, Angélica, Nina e Bia pareciam estátuas, enquanto esperavam o desenrolar dessa estória...
Finalmente, descongelados, alguém deu pela falta de Dom Alexander: “Onde está meu pai?” Nina, sua doce menina, gritou na imagem, fazendo toda a ilha escutar esse seu grito estridor. Todos se olharam espantados, como quem chega em algum lugar depois de ter sumido do mapa!
Agora, sim, a estória continua...
BA!

Uma Festa!

Hoje, está acontecendo uma festa no mundo!!! Tem tanta gente comemorando... Principalmente duas delas! (Uma estória dentro dessa estória.)
BA!



terça-feira, 9 de agosto de 2011

O "Quixotismo" de Alexander

Num comportamento bem parecido ao de Dom Quixote de La Mancha (o admirável personagem de Miguel de Cervantes), agora Alexander agia como tal. Enquanto Dom Quixote sonhava com um mundo do jeito que deveria ser, travava sua batalha com os moinhos de vento pelo mundo afora, além de querer provar seu grande amor por sua amada Dulcinéia, Alexander também resolver ter a sua própria batalha: o belo pássaro, que ora era visto por ele como um grande aliado, tornou-se, num segundo, um inimigo a quem haveria de vencer! Mas como? Não é o pássaro que lhe trará Lia em suas asas arqueadas para buscá-lo dessa vida?
Mas, Alexander pensa que ele feriu os lábios de sua amada Lia...
Assim como “O Cavaleiro da Triste Figura”, cuja insanidade nos é vista como uma verdadeira poesia, Alexander, munido de puro “quixotismo”, saiu em direção à praia, não só tentando agarrar o belo pássaro mas indo em busca de sua pena, deixada na areia, um de seus tesouros!
Quem há de salvar Dom Alexander?
BA!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Fio da Meada

Naquela sala, aquelas pessoas pareciam mais peças de quebra-cabeça tentando se encaixar umas às outras. O velho gato Borboleta, mesmo com a idade avançada, não conseguiu, nem com toda a energia gasta naquele miado genial, estancar o troca troca de palavras. Angélica, então, tentando tomar a palavra para si, pôs-se a contar a estória que ouvira da boca de Roberto, minutos atrás. Nem mesmo o olhar de reprovação dele bastou para que ela não trouxesse tantos segredos à tona. Angélica era uma mulher de muitas palavras. Forte, autêntica, transparente, Angélica verbalizava literalmente tudo o que sentia... então, começou a falar: "Queridos, acalmem-se... somos todos parte de uma bela estória de amor. Imaginem que aqui temos o amor de..." Antes que completasse a frase, desta vez, o que se passou ali dentro somente aqueles que estavam presentes poderiam acreditar. O belo pássaro, sim, o belo pássaro negro invadiu novamente a sala e, desta vez, foi de encontro ao rosto de Angélica, levando consigo um pequeno pedaço de carne dos seus lábios,  deixando pra trás pingos de sangue no chão... Alexander levantou-se como se nada tivesse acontecido e foi logo tentando agarrar novamente aquele pássaro, aos berros, dizendo: "Como ousa atacar Lia, seu pássaro cruel?" Foi então que se lembrou que, durante a confusão na praia, havia deixado cair um de seus tesouros, a pena do pássaro. Em disparada, saiu em direção à praia.
CS!

Pedro Tem Uma Ótima Ideia!

Nesses cinco anos passados, desde que Pedro deixou a ilha, a vida lhe fez um grande homem. Agora, com 22 anos de idade, já é um músico respeitável em sua cidade natal. A flauta, o violão e o piano são suas  agradáveis companhias. Também compositor, fez belas canções... as de amor são suas melhores composições. Algumas delas, senão todas, com endereço certo: Nina, a quem jamais esqueceu! Mesmo tendo tido muitas aventuras amorosas, aquela sua doce menina permanecia presa em seu coração. Como poderia tirá-la de dentro dele, se o amor por ela ainda vivia lhe rondando a vida? Como esquecer aquele seu primeiro momento de sedução por ela? O seu primeiro amor, a sua primeira transa verdadeira, posto que nem ela sabia, na época, que ele era um jovem ainda virgem, e foi com ela que conheceu o sabor do intenso desejo!
Naquele exato instante, enquanto aquela “Torre de Babel” se dissipava na casa de Alexander, Pedro teve uma ótima idéia. Poria um fim naquela sua angústia por todos esses anos. Voltar à ilha, por agora, ele não poderia, mas aquele “Colar de Borboleta”, que havia comprado para Nina e não fora dado a ela naquela sua despedida, lamentavelmente, que ainda estava sob os seus cuidados, sim, ele voltaria e encontraria as mãos de sua real dona!!!
Pedro se lembrou que sua amiga Marina, uma musicista meio “porra louca”, havia lhe contado que dentro em breve, uma semana, estaria de mudança para a ilha. Seria ela a sua mensageira! Marina levaria aquele colar para a sua inesquecível Nina, e junto com ele uma carta sua, bem no dia de seu aniversário! Marina haveria de encontrar Nina!!! Coitada de Bia, que, anos atrás, jurou que aquele colar seria dela...
BA!












domingo, 7 de agosto de 2011

Uma Espécie de Torre de Babel

A casa de Alexander, naquele instante de tanta agitação, era agora como uma espécie de “Torre de Babel”, bem ao estilo do que está escrito no Antigo Testamento da Bíblia! Ninguém entendia ninguém. Todos eles, Roberto, Nina, Angélica, Bia e Alexander falavam ao mesmo tempo. Era como se as línguas se misturassem numa diversidade de idiomas.
Nina, sem ao menos olhar nos rostos do casal, gritava um pouco histérica: “Meu Deus! Quem fez isso com meu pai? Por quê? Quem fez, há de pagar! Como alguém pode bater num homem assim? E vocês dois aí? Quem são vocês? Por que estão aqui? Alguém pode me explicar o que aconteceu?
Bia, encantada em reconhecer Roberto como o homem que admirou seu quadro, só ficava repetindo: “É ele, Nina! Esse é o cara sobre o qual lhe contei... Mas o que será que ele está fazendo aqui em sua casa?”
Alexander, sem condição alguma e sem noção, estava a delirar: “Lia, minha linda Lia... Você voltou! Leve-me daqui de uma vez, por Deus!”
Angélica, após ser empurrada por Nina, estava a dar gostosas gargalhadas, percebendo o desatino de todos eles: “Calma, gente, calma! O mundo ainda não acabou! Este homem não está morto, apenas desfalecido... Alguém quer me ouvir? Posso contar toda a estória?
E o doutor Roberto, na divisão de seus pensamentos, olhava, ora para Bia, ora para Nina, com grande surpresa. Suas palavras também não eram ouvidas: “Não acredito nessa beleza que vejo... a menina Nina, meu tesouro que, um dia, deixei aqui guardado.”
Enfim, a Torre de Babel só saiu daquela dimensão, deixando de ser, quando, de repente, assim como uma aparição, o gato Borboleta entrou na sala, com seu rabo eriçado e seus olhos brilhantes, soltando um miado tão forte, mas tão forte, que foi capaz de quebrar os vidros da janela. Seu mio magistral fez calar a todos!
BA!





sábado, 6 de agosto de 2011

Fogo Cruzado

De volta para casa após o sorvete saboreado e os casos contados, Bia e Nina riam enquanto trilhavam o caminho, já um velho conhecido. Ao chegarem perto da casa, Nina estranhou a movimentação do lado de dentro. Parecia haver mais pessoas do que só Alexander. Elas desataram numa corrida desesperada, e ao botarem os pés, passando pela porta em pedaços, deram de cara com Roberto de pé, bem no meio da sala. Alexander, desacordado e jogado no sofá, e Angélica, com as mãos sobre o rosto molhado de sangue de Alexander. Aqueles foram segundos que pareciam mais uma eternidade. Cada um que estava naquele lugar, naquele momento, tinha em comum, desejos, fracassos, amores. E se fosse possível entrarmos nos pensamentos de cada um iríamos conhecer seus mais profundos segredos. Alexander, afogado em sua inconsciência,  sentia cada toque das mãos de Angélica com a certeza que se tratavam das mãos de Lia. Angélica ainda estava confusa em relação a toda a estória, mas sentia uma absoluta tranquilidade em estar ali naquele momento ajudando aquele homem doente de amor. Bia, ao avistar Roberto, deu um grito sonoro que percorreu toda a sala: "É ele, é o homem do meu quadro." Roberto, reconhecendo Bia pelo sotaque carregado e as roupas coloridas, dividiu seus pensamentos quando avistou Nina na sua frente. Aquela menina, de cinco anos atrás, tinha virado uma moça, porém com os mesmos traços que enfeitiçaram Roberto uma vez. Nina, por sua vez, só avistou Alexander e, correndo, foi ao socorro do pai, empurrando Angélica para o lado e abraçando Alexander com ternura.
CS!

Estórias com H

À medida que iam vencendo o caminho em direção à casa de Alexander, Roberto ia contando sua estória à Angélica. Aquelas férias foram diferentes de tudo que já havia vivido. Desde seu encontro com Alexander, os segredos de amor contados, a menina que mais parecia um raio de Sol, a "Carta de Amor" dentro de uma garrafa, a pena escura e a ostra, Roberto pensou que enxergaria o mundo diferente da maneira que enxergava antes. Mas, o tempo, senhor de todos os destinos, acabou fazendo com que ele deixasse de pensar na estória, porém não a esquecesse. Enquanto isso, Angélica caminhava com passos firmes, fazendo força para suportar o peso dos ombros de Alexander. Seus ouvidos ficaram encantados com a estória que escutara. Ela sentia como se fizesse parte da estória também, mesmo sem saber explicar o porquê. Já no alpendre da casa, Roberto derrubou a pequena porta de madeira com apenas um pontapé. Já dentro da casa, jogaram Alexander no sofá bem ao canto. Com água e retalhos de pano velho nas mãos, Angélica começou a limpar o rosto de Alexander. A cada toque, ia descobrindo as feições marcadas daquele homem que a atacara na praia. Alexander mantinha os olhos cerrados, mas sentia, no fundo da alma, as mãos de Angélica que tocavam sua face.
CS!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um Soco de Misericórdia

Roberto, que vinha a muitos passos atrás de Angélica, assustou-se quando ouviu o grito desesperado da namorada e de longe pôde avistar os contornos de dois corpos atracados. Saiu em disparada, pensando se tratar de um maluco querendo fazer mal a ela. Chegando perto, nem mesmo teve tempo de olhar no rosto de Alexander, e puxando-o com força, empurrou-o de tal forma que caíram os dois na areia. Angélica estava desesperada e suas tentativas de separá-los foram em vão. Roberto teve uma crise de violência e partia para cima de Alexander com socos por todos os lados. Alexander com o rosto coberto pelos cabelos soltos, sem ao menos se defender, parecia estar em meio a um novo surto e, sem atacar Roberto, falava com uma voz baixa: "Lia está de volta. Ela voltou pra mim. Lia, meu amor, está de volta, Lia...." Antes mesmo que Roberto compreendesse aquelas palavras emboladas, seu último soco nocauteou Alexander, que, desmaiado, caiu, enterrando seu rosto na areia. O médico, então, puxando sua cabeça pelos cabelos, virou o rosto do malfeitor de Angélica e deu dois passos para trás, dizendo: "Meu Deus, eu conheço este homem. Não é possível! O que foi que eu fiz? Por que ele estava te atacando, Angélica? Venha, ajude-me a levantá-lo. Precisamos levá-lo para casa e cuidar dele. Acho que ainda sei aonde mora. Vamos, venha comigo." E partiram, os três, deixando para trás as marcas da confusão na areia. Alexander desmaiado, amparado pelos braços do Dr. Roberto e também de Angélica. 
CS!

Lia na Forma de Angélica

E foi naquele dia da chegada à ilha de Roberto e Angélica que Alexander caminhava pela praia. As luzes do dia já tinham se apagado e a noite parecia ser uma noite de Lua cheia, pois ela, a Lua, já mostrava sua forma desde o raiar do Sol. Alexander mantinha seus pensamentos longe, 20 anos após a partida de Lia, algumas visões haviam ocorrido, alguns sonhos já tinham preenchido suas noites, mas o seu maior desejo continuava  sendo o dia em que Lia lhe apareceria de novo, amparada pelas asas daquele belo pássaro, e com os braços abertos para dali levá-lo para sempre. Alexander sentou bem próximo ao lugar onde mantinha seu tesouro, fora os escritos de Lia, guardado. Devagar, cravou as mãos na areia e começou a cavar. De pronto, tocou a pena. Retirou-a do buraco de areia e começou a escrever o nome de Lia na areia. À medida que ia escrevendo, Alexander ia se entregando completamente às lembranças daquele tempo feliz. As rosas vermelhas, os lençóis brancos, o cheiro de alfazema misturado ao cheiro do café forte. Foi quando, ao levantar a cabeça, seus olhos se depararam com uma visão. Seu coração bateu acelerado e ele levantou-se correndo em direção àquela mulher, que, andando pela areia bem próxima à água, com os pés descalços, ia fazendo um ziguezague e deixando seu rastro para trás. Pelos olhos de Alexander, ele não teve dúvidas... Sim, era Lia. Ela estava de volta e com ele iria ficar para sempre. Correndo em sua direção, Alexander ajoelhou-se aos pés descalços daquela mulher e agarrando seus joelhos disse com voz de choro: "Meu amor, você está de volta! Você voltou pra mim! Por que demorou tanto? Por que me abandonou?" Angélica, muito assustada, não conseguia se desvencilhar daqueles braços. Desesperada, e com medo, começou a gritar por socorro!
CS!

Enquanto o Belo Pássaro Mágico Não Vem!

Nesses cinco anos, Alexander só fez desejar a chegada daquele belo pássaro “mágico”, que, em todo esse tempo, não lhe apareceu mais. Quando enterrou a sua pena no buraco cavado na areia da praia, o pai de Nina intuiu algo: “Esta pena é a prova de que o pássaro existe, e ela me foi deixada, e guardada, por todo esse tempo, como um troféu! Agora, preciso enterrar, aqui, esse meu segredo, pois ele há de estar dentro dessa fina areia... A pena, algum dia, o belo pássaro irá encontrá-la bem aqui! E quando ele a encontrar é sinal de que Lia virá logo, logo me buscar!” Foi o que ele disse para o doutor Roberto, que estava ao seu lado naquele momento inusitado.
Desde então, Alexander vivia sua vida em função disso, mas não deixava de ordenhar, todos os dias, seu parco rebanho, afinal era esse o seu ganho para a sua sobrevivência e a de sua filha, pois ela ganhava muito pouco dando suas aulas na escola do lugarejo.
Ele ainda continuava dando suas caminhadas na praia todo final de tarde e, como sempre, ainda era um homem de poucas palavras. Não as pronunciava, gostava mais de ler as palavras “naqueles escritos” de sua doce amada Lia, os quais eram o seu tesouro maior! (Todos eles, ainda, guardados no velho pote.)
BA!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Convite

Naquela manhã agitada, depois da chegada de Roberto e Angélica à ilha, Nina aceitou o convite de Bia para que fossem tomar um sorvete na praça! Ela estava quieta em casa, colocando seus escritos em dia, aqueles que ela escrevia há um longo tempo, quando Bia entrou meio que apavorada: “Nina, minha querida, tenho algumas novidades... vamos tomar um sorvete lá na praça? Está bem quente, não? Quê calor é esse, Santo Deus? Então? Topa?”
Antes que Nina abrisse a boca, já foi sendo puxada para fora do quarto: “Está uma manhã linda... não consigo entender como você pode ficar aqui dentro quando há tanta luz lá fora! Ora! Hoje é Sábado e o cais está fervendo de gente bonita chegando... Você está precisando de Sol, está precisando de se alegrar um bocado... Venha comigo, Nina, você tem de se animar, minha amiga!”
Pelo caminho, o Sol estava mesmo radiante de alegria por ver Nina tão alegre ao lado daquela que ela pensava ser sua amiga. Sorria, mostrando seus belos dentes brancos, mostrando no rosto uma vontade de ser mesmo bem feliz naquela manhã. Os escritos que esperassem...
Sentadas num banquinho da praça, deliciando os sorvetes, Bia foi logo proferindo: “Nina, ainda agora, antes de lhe buscar, conheci um homem com H, desses, bem maiúsculo, sabe? Acho que me apaixonei logo de cara! Será? Preciso lhe contar... Com ele, se eu o conquistar, poderei ir para o infinito e além... Êta homem... Nossa! Meu coração ainda está acelerado.” Nina, lambeu o restinho do sorvete na casquinha, mas não ouvia com ouvidos atentos o que Bia lhe dizia... Estava com a cabeça em outro lugar, bem longe dali!
BA!