Nesses cinco anos, Alexander só fez desejar a chegada daquele belo pássaro “mágico”, que, em todo esse tempo, não lhe apareceu mais. Quando enterrou a sua pena no buraco cavado na areia da praia, o pai de Nina intuiu algo: “Esta pena é a prova de que o pássaro existe, e ela me foi deixada, e guardada, por todo esse tempo, como um troféu! Agora, preciso enterrar, aqui, esse meu segredo, pois ele há de estar dentro dessa fina areia... A pena, algum dia, o belo pássaro irá encontrá-la bem aqui! E quando ele a encontrar é sinal de que Lia virá logo, logo me buscar!” Foi o que ele disse para o doutor Roberto, que estava ao seu lado naquele momento inusitado.
Desde então, Alexander vivia sua vida em função disso, mas não deixava de ordenhar, todos os dias, seu parco rebanho, afinal era esse o seu ganho para a sua sobrevivência e a de sua filha, pois ela ganhava muito pouco dando suas aulas na escola do lugarejo.
Ele ainda continuava dando suas caminhadas na praia todo final de tarde e, como sempre, ainda era um homem de poucas palavras. Não as pronunciava, gostava mais de ler as palavras “naqueles escritos” de sua doce amada Lia, os quais eram o seu tesouro maior! (Todos eles, ainda, guardados no velho pote.)
BA!
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