E foi naquele dia da chegada à ilha de Roberto e Angélica que Alexander caminhava pela praia. As luzes do dia já tinham se apagado e a noite parecia ser uma noite de Lua cheia, pois ela, a Lua, já mostrava sua forma desde o raiar do Sol. Alexander mantinha seus pensamentos longe, 20 anos após a partida de Lia, algumas visões haviam ocorrido, alguns sonhos já tinham preenchido suas noites, mas o seu maior desejo continuava sendo o dia em que Lia lhe apareceria de novo, amparada pelas asas daquele belo pássaro, e com os braços abertos para dali levá-lo para sempre. Alexander sentou bem próximo ao lugar onde mantinha seu tesouro, fora os escritos de Lia, guardado. Devagar, cravou as mãos na areia e começou a cavar. De pronto, tocou a pena. Retirou-a do buraco de areia e começou a escrever o nome de Lia na areia. À medida que ia escrevendo, Alexander ia se entregando completamente às lembranças daquele tempo feliz. As rosas vermelhas, os lençóis brancos, o cheiro de alfazema misturado ao cheiro do café forte. Foi quando, ao levantar a cabeça, seus olhos se depararam com uma visão. Seu coração bateu acelerado e ele levantou-se correndo em direção àquela mulher, que, andando pela areia bem próxima à água, com os pés descalços, ia fazendo um ziguezague e deixando seu rastro para trás. Pelos olhos de Alexander, ele não teve dúvidas... Sim, era Lia. Ela estava de volta e com ele iria ficar para sempre. Correndo em sua direção, Alexander ajoelhou-se aos pés descalços daquela mulher e agarrando seus joelhos disse com voz de choro: "Meu amor, você está de volta! Você voltou pra mim! Por que demorou tanto? Por que me abandonou?" Angélica, muito assustada, não conseguia se desvencilhar daqueles braços. Desesperada, e com medo, começou a gritar por socorro!
CS!
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