De volta para casa após o sorvete saboreado e os casos contados, Bia e Nina riam enquanto trilhavam o caminho, já um velho conhecido. Ao chegarem perto da casa, Nina estranhou a movimentação do lado de dentro. Parecia haver mais pessoas do que só Alexander. Elas desataram numa corrida desesperada, e ao botarem os pés, passando pela porta em pedaços, deram de cara com Roberto de pé, bem no meio da sala. Alexander, desacordado e jogado no sofá, e Angélica, com as mãos sobre o rosto molhado de sangue de Alexander. Aqueles foram segundos que pareciam mais uma eternidade. Cada um que estava naquele lugar, naquele momento, tinha em comum, desejos, fracassos, amores. E se fosse possível entrarmos nos pensamentos de cada um iríamos conhecer seus mais profundos segredos. Alexander, afogado em sua inconsciência, sentia cada toque das mãos de Angélica com a certeza que se tratavam das mãos de Lia. Angélica ainda estava confusa em relação a toda a estória, mas sentia uma absoluta tranquilidade em estar ali naquele momento ajudando aquele homem doente de amor. Bia, ao avistar Roberto, deu um grito sonoro que percorreu toda a sala: "É ele, é o homem do meu quadro." Roberto, reconhecendo Bia pelo sotaque carregado e as roupas coloridas, dividiu seus pensamentos quando avistou Nina na sua frente. Aquela menina, de cinco anos atrás, tinha virado uma moça, porém com os mesmos traços que enfeitiçaram Roberto uma vez. Nina, por sua vez, só avistou Alexander e, correndo, foi ao socorro do pai, empurrando Angélica para o lado e abraçando Alexander com ternura.
CS!
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