Sem conseguir dormir, talvez por causa do calor intenso que fazia em seu quarto na pousada, Marina resolveu deixar a cama e ficou um bom tempo debruçada no peitoril de uma das janelas que dava vista para o mar. A visão que se tinha dela era espetacular. Àquela altura, o Sol começava a querer dar as caras, saindo da divisão entre o mar e o céu, que transbordava-se de estrelas que teimavam ainda em permanecer brilhantes e estonteantes sob ele .Enquanto contava um pouco delas, descobrindo suas constelações, Marina se viu, distraída, a pensar em Nina entre uma estrela e outra! Seu rosto, lhe parecia, talhado no céu. Podia encontrar nele seus olhos de menina, sua boca bem feita naquele sorriso tão maroto quanto lindo. E aqueles seus cabelos cacheados, revoltos, eram capazes de cobrir parte do infinito. Sua imagem era-lhe mais bela que aquela visão!Só agora, se deliciando com sua amizade por Nina, ela, enfim, se tocou: “Deus do céu! Por que não consegui, ainda, dizer à Nina a respeito da missão que Pedro me incumbiu? Não lhe contei nada sobre isso. Ela não sabe que eu o conheço e nem mesmo faz idéia do presente que ele me pediu que entregasse a ela, o “colar de borboleta” com aquela sua carta! Por que, naquele dia em que a conheci na praia, e me encantei com seu sorriso, eu não consegui lhe contar o motivo que me levou até ela? Foi um momento tão mágico, e louco ao mesmo tempo, que pensei ser o melhor... na época. Apenas quis que ela pensasse que eu era alguém, que veio de longe para ser sua amiga, assim, simplesmente, sem ter de dar explicação para esse fato! Como eu sou louca!!!” Fechando a janela, Marina decidiu seus novos planos. Haveria de ficar mais tempo ainda na ilha. Amanhã mesmo, avisaria à sua família. E amanhã mesmo, quando a tarde chegasse, haveria de estar ao lado de Nina, para lhe fazer uma proposta! Deitou-se, mesmo com o corpo suado, e resolveu que sonharia seus sonhos...
BA!
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