Naquela sala, aquelas pessoas pareciam mais peças de quebra-cabeça tentando se encaixar umas às outras. O velho gato Borboleta, mesmo com a idade avançada, não conseguiu, nem com toda a energia gasta naquele miado genial, estancar o troca troca de palavras. Angélica, então, tentando tomar a palavra para si, pôs-se a contar a estória que ouvira da boca de Roberto, minutos atrás. Nem mesmo o olhar de reprovação dele bastou para que ela não trouxesse tantos segredos à tona. Angélica era uma mulher de muitas palavras. Forte, autêntica, transparente, Angélica verbalizava literalmente tudo o que sentia... então, começou a falar: "Queridos, acalmem-se... somos todos parte de uma bela estória de amor. Imaginem que aqui temos o amor de..." Antes que completasse a frase, desta vez, o que se passou ali dentro somente aqueles que estavam presentes poderiam acreditar. O belo pássaro, sim, o belo pássaro negro invadiu novamente a sala e, desta vez, foi de encontro ao rosto de Angélica, levando consigo um pequeno pedaço de carne dos seus lábios, deixando pra trás pingos de sangue no chão... Alexander levantou-se como se nada tivesse acontecido e foi logo tentando agarrar novamente aquele pássaro, aos berros, dizendo: "Como ousa atacar Lia, seu pássaro cruel?" Foi então que se lembrou que, durante a confusão na praia, havia deixado cair um de seus tesouros, a pena do pássaro. Em disparada, saiu em direção à praia.
CS!
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