À medida que iam vencendo o caminho em direção à casa de Alexander, Roberto ia contando sua estória à Angélica. Aquelas férias foram diferentes de tudo que já havia vivido. Desde seu encontro com Alexander, os segredos de amor contados, a menina que mais parecia um raio de Sol, a "Carta de Amor" dentro de uma garrafa, a pena escura e a ostra, Roberto pensou que enxergaria o mundo diferente da maneira que enxergava antes. Mas, o tempo, senhor de todos os destinos, acabou fazendo com que ele deixasse de pensar na estória, porém não a esquecesse. Enquanto isso, Angélica caminhava com passos firmes, fazendo força para suportar o peso dos ombros de Alexander. Seus ouvidos ficaram encantados com a estória que escutara. Ela sentia como se fizesse parte da estória também, mesmo sem saber explicar o porquê. Já no alpendre da casa, Roberto derrubou a pequena porta de madeira com apenas um pontapé. Já dentro da casa, jogaram Alexander no sofá bem ao canto. Com água e retalhos de pano velho nas mãos, Angélica começou a limpar o rosto de Alexander. A cada toque, ia descobrindo as feições marcadas daquele homem que a atacara na praia. Alexander mantinha os olhos cerrados, mas sentia, no fundo da alma, as mãos de Angélica que tocavam sua face.
CS!
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