Nina saiu em disparada, como se seus passos pudessem
alcançar o som que aquele instrumento, que achava ser de Pedro, soprava
poucos minutos atrás. Seu coração estava disparado. A simples ideia da presença
de Pedro, seu Pedro, mexia com o funcionamento de todo o seu corpo. Suas pernas
tremiam e o suor escorria por entre seus seios. Confusa, Nina desejou que
Marina estivesse ao seu lado. Confusa, também, pensou como poderia dividir
espaço em seu coração para dois grandes amores. O amor de Pedro e o amor de
Marina. Numa corrida alucinante, seu sorriso largo alternava-se com um choro
desesperado. Por que se sentia assim? Por que logo naquele dia em que tinha
acordado tão decidida a ser feliz? E bem
próxima à ilha, em busca do paradeiro de Bia, para lhe mostrar aquele
instrumento, que as duas conheciam tão bem, sua corrida foi interrompida pelos
braços de Ícaro, que, com o corpo forte, entrou no caminho de Nina, como um muro
que cerca as margens de uma prisão: “Menina, venha comigo, tenho algo a lhe
mostrar.”
CS!
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