Agora ele estava por detrás de uma árvore, a menos de dez metros de distância de Nina! Admirava-a com uma paixão que chegava a doer dentro de seu peito... Uma gigantesca onda de sentimentos o envolveu, assim como se ele próprio fosse a onda, e de dentro dela era-lhe possível enxergar um lindo pôr-do-sol nos olhos de Nina, que, naquele instante, cativava seus alunos, dando-lhes uma lição de português, que mais parecia um acalanto, de tão doce que sua voz lhe chegava aos ouvidos!
Sua
amada Nina lhe pareceu serena, mesmo estando compenetrada em sua atividade. Seu
corpo, enquanto girava em movimentos suaves, vez para o quadro-negro, vez para
as crianças, era como se bailasse, ensaiando uma coreografia suprassumo, incapaz
de ser dançada por pessoa alguma nesse mundo. Somente ela, pensava Pedro...
Não
resistindo aos encantos de Nina, feliz em encontrá-la e revê-la, sacou sua
gaita do bolso de trás da calça e, levando-a à boca, começou a soprar os acordes
de uma bela canção... Uma, que Nina adorava vê-lo tocar, quando, anos atrás,
ela e Bia se enroscavam uma à outra, enlaçadas num abraço, admiradas com o som
genuíno que Pedro tirava de seu instrumento preferido... Nas gostosas noites em
que ficavam, os três, juntos aos pés da “Árvore dos Desejos”, na planície de
tapete verde rodeado de flores vermelhas!
A
meNINA dos olhos de Pedro só faltou dançar, admirada com o som que ouvia, à
procura do lugar de onde ele vinha...
BA!
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