Após o desmaio de Angélica, dada a notícia, pelo guarda da Ilha, de que o doutor Roberto havia sido encontrado morto em um buraco na praia, e do voo do pássaro exuberante ao levar consigo a garrafa em suas garras, uma grande confusão se instalou na casa de Nina. Foi um “Deus nos acuda”!
O guarda não sabia se acudia Angélica, se segurava Bia, que se debatia contra a parede, se corria atrás daquele pássaro, se consolava Nina, que chorava sem ter hora para parar, ou se desatava o abraço que Marina dava em Nina, para que ela, a mais calma de todas, pudesse ajudá-lo naquela situação.
Por um minuto, ele havia ficado sem reação alguma. Sentiu o ar mais pesado, dentro da casa, como a esmagar o ambiente. Mas, uma estranha luz policromo chegou a pairar no teto, e jorrou seus raios até atingir os rostos de cada um ali presente. Foi quando o guarda apitou, literalmente, e disse com um vozeirão: “Meninas, pelo amor de Deus! Ajudem-me aqui. Essa moça está desfalecida...”
Nina, Marina e Bia se assustaram com o barulho do apito e saíram daquela espécie de transe em que se encontravam. Correram em direção à Angélica, que já se encontrava nos braços do guarda, para que fosse colocada em cima do sofá. Acomodada, ela ainda permanecia desmaiada. Após os chamados sem resultado, alguém teve a ideia de trazer um copo de água. Nina, ao gotejar a água em seu rosto, viu com admiração e sossego na alma quando ela abriu os olhos e disse: “Encontrei-me com Roberto! Ele não está nada bem... Precisa de auxílio, está com muito frio! Temos de socorrê-lo o quanto antes...”
As moças, tentando acalmá-la, escutaram o velho guarda, balançando a cabeça, dizer, num tom baixinho: “Sem chance! O amigo de vocês já está no necrotério, mortinho... Já passou dessa pra uma melhor. Ninguém mais poderá ajudá-lo! Só Deus, nosso Pai! Terei de levar uma de vocês para reconhecer o corpo. A investigação de sua morte já está sendo realizada...”
Elas se entreolharam, com bastante aflição, enquanto Angélica tentava se levantar do sofá...
Lá fora, após um voo rasante, o pássaro deixava cair a garrafa, contendo a carta de amor de Nina para Pedro. Caiu bem junto à “Árvore dos Desejos”, que a amparou com sua fronde majestosa!
BA!
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