Marina, um pouco decepcionada com o andar da carruagem, que ela acreditou estar à sua espera para levá-la dali, da pousada, para a casa de Nina, naquela manhã, passou o dia todo atarefada com a arrumação de seu quarto. Havia roupas e objetos espalhados por todo canto. Lembrava-se da cena que havia ocorrido ali dentro, quando Nina, ao descobrir a caixinha preta do “Colar de Borboleta”, colocou-o em seu colo e disse todas aquelas asneiras para ela. Ficando furiosa, Marina perdeu o controle e fez que Nina abandonasse o quarto, num pranto de dar dó, voltando sozinha para a sua casa.
Depois de tê-la procurado logo em seguida e de ter recebido o seu perdão, dando-lhe, enfim, o presente que era dela e somente dela, e aceitado o seu pedido para que a deixasse a sós, depois daquela visita inesperada de Roberto, Marina resolveu deixar o resto da bagunça de lado. Agora, com a noite caindo, bela e exuberante, sobre a ilha, sem ao menos supor que, muito em breve um vento forte traria uma grande tempestade, que abriria um buraco cinza no céu, escondendo o brilho da Lua, ela, pensando em como poderia estar se sentindo a sua amiga Nina, apanhou, num canto esquecido, o seu velho e belo pinho. Nele, haveria de compor uma bela canção em homenagem à Nina. E foi o que fez! Pensando em esperar a volta da amiga, que poderia vir buscá-la no dia seguinte, foi entoando a melodia, que já perseguia a letra... dedilhando nas cordas do violão, soltando, de mansinho, sua bela voz. A inspiração logo apareceu, como num estalar de dedos, e a canção, de gênero "Modinha" ficou pronta antes de a chuva desabar do céu!
Satisfeita com o resultado, buscou seu mini gravador e cantou mais uma vez, agora gravando a canção que ela deu o título de “Enquanto Você Não Vem”. A letra? Nem precisou escrever, já estava guardada em sua memória. Assim que terminou a gravação, ouviu e viu os pingos da chuva batendo forte em sua janela.
Apenas pensou: “Nina vai gostar dessa canção que eu fiz pra ela!”
BA!
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