Desde àquele tempo, quando Alexander passou a viver uma vida “a dois”, como se Lia estivesse o tempo todo ao seu lado, ele vivia como se fosse uma embarcação ancorada, amarrada ao cais, o ponto onde quem embarcava e desembarcava era apenas a sua amada Lia e mais ninguém, nem mesmo a filha, Nina, que estava em outra galáxia, do lado de fora daquela pequena casa! Seu espaço cósmico não era preenchido por poeira e gás, e sim por duas únicas estrelas: O Gato Borboleta e sua amiga Bia!
Sempre à espera de mais um encontro mágico e diáfano com Lia, Alexander voava alto em seus pensamentos e o seu desejo intenso foi ficando cada vez mais perigoso. E enquanto Lia não lhe aparecia ele chorava e chorava como um bezerrinho desmamado! Até que, numa noite, quando as estrelas não apontavam no céu e o vento forte prenunciava uma chuva caudalosa, Alexander, sentindo uma infinita saudade, uma, que jamais havia sentido desde a partida de Lia, e sem saber que Nina já sonhava em sua cama, sorrindo para os Anjos, saiu em disparada, de casa, e foi dar à beira do penhasco, de onde se avistava o mar engolindo as águas da chuva abundante. Raios fortes quase que o partiram em mil pedaços, do mesmo jeito que se encontrava seu coração naquele instante. Mas Alexander não se intimidava com aquela luz intensa e viva, que clareava quase todo o lugarejo. A noite parecia dia!
Alexander chorou bem mais que a quantidade de água que caía sobre a ilha, aquela de Lia!!! Foi quando precipitou um passo quase à frente, desejando saltar do penhasco, no doce desejo de seu encontro com Lia! Porém, não saltou... O belo pássaro lhe apareceu, trazendo Lia em suas asas arqueadas!
BA!
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