Prêmio Top Blog 2011

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Pena que Valeu a Pena!

E Alexander foi logo soltando palavras, não tão poucas: “Lembra-se, doutor Roberto, quando lhe contei uma estória bem especial, dentre todas que lhe relatei sobre o meu amor por Lia? Da vez em que estava à beira do penhasco, numa noite chuvosa, e quase me joguei de lá, por vontade própria, mas fui salvo pela presença do belo pássaro, que me trouxe a imagem de Lia em suas asas arqueadas?” O jovem médico assentiu com a cabeça, tendo a nítida lembrança do fato e do quanto se arrepiou em ouvir aquela sua descrição. Alexander continuou, enquanto Roberto se assentava bem ao seu lado, interessado naquilo que poderia ser uma grande revelação, dada a circunstância. Logo mais, ele poderia se despedir do amigo...
“Naquela noite, voltei para casa, nem sei como, encharcado, molhado pela água da chuva abundante e por minhas lágrimas compulsivas. Deitei e dormi. Na manhã seguinte, desnorteado, acordei com os gritos de minha filha, chamando por aquele seu gato que havia desaparecido de casa. Sai da cama e deixei nela as marcas de meu corpo molhado...” Roberto lhe respondeu que se lembrava disso. Mas Alexander lhe interrompeu: “Só não lhe contei que havia em minhas mãos uma pena de cor bem escura... A pena do belo pássaro!” Roberto, num sobressalto, sentindo uma emoção tamanha, quase caiu para trás, quando Alexander retirou de dentro do bolso de sua calça a pena do belo pássaro, assim como um mágico retira coelhos de sua cartola! “Caramba...”, foi o que pode balbuciar naquele instante! E Alexander, meio triste, meio alegre, apenas concluiu: “Esta pena é a prova de que o pássaro existe, e ela me foi deixada, e guardada, por todo esse tempo, como um troféu! Agora, preciso enterrar, aqui, esse meu segredo, pois ele há de estar dentro dessa fina areia... A pena, algum dia, o belo pássaro irá encontrá-la bem aqui! E quando ele a encontrar é sinal de que Lia virá logo, logo me buscar!” Dito isso, Alexander colocou a pena no buraco que cavara, e derramou por cima o montinho da areia que havia nele antes. Seu segredo, agora, estava enterrado até que sua premonição se concretizasse, vinda a galope nas asas do belo pássaro, para libertá-lo de vez! Roberto, após assistir a tudo, mais que convencido da veracidade daquele fato inusitado, ajudou o amigo a se levantar, e caminharam mais um tempo na orla da praia, enquanto se despediam!
BA!



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