O dia começava a despertar quando Angélica pôs os pés para fora do barco que a levava junto com Roberto para a ilha. Quando seu pé direito tocou o mar, ela sentiu um calafrio que lhe percorreu todo o corpo. Angélica estava radiante! Enquanto seus olhos se enchiam de beleza da natureza farta daquele lugar, Roberto parecia tentar reconhecer o cais. Pouca coisa havia mudado naqueles cinco anos. Talvez um pouco mais de pessoas prá lá e prá cá... mas nada que prejudicasse a maravilha e a energia daquele paraíso. No caminho para a pousada, passaram pela praça, aquilo, sim, era novo para Roberto. A ilha tinha ganhado uma modesta praça, onde todos pareceriam se encontrar. Era como se tudo acontecesse ali. E foi no meio de alguns turistas e muitos nativos que um quadro chamou a atenção de Roberto. Ele puxou Angélica pelos braços, e atraído pela beleza do quadro foi em direção da moça que parecia querer vendê-lo. Era uma bela pintura. Os traços confusos eram recheados por cores fortes. O jovem médico sorriu e com educação falou com a moça: "Que bela tela! É sua? Foi você quem pintou? Está vendendo? Quanto custa? O que significa? Enquanto falava, hipnotizado, ia tocando os dedos na tela, parecendo querer adivinhar o que ali estava rabiscado. Bia, então, se levantou do lugar onde estava, puxou o quadro pelas mãos e respondeu a ele: "Ele não está à venda. Mas, se adivinhar o que está desenhado, você poderá levá-lo de graça." Roberto sorriu, dizendo não estar interessado em ganhá-lo e sim em comprá-lo. Pediu que Bia colocasse preço na tela e que ele não tinha intenção de prejudicá-la. Por trás de uma gargalhada estridente, Bia insistiu: "Você tem uma chance. Vamos, dê um palpite." Antes mesmo que acabasse de falar, Angélica, com a voz cheia de energia, disse: "Eu sei... é um colar de borboletas!!!" Roberto soltou uma risada, dizendo que a namorada estava maluca. Jamais poderia ser um colar de borboletas, e Bia interrompeu o assunto dizendo: "Ele é seu". Pode levar!" Levantou-se, batendo a areia por detrás do short curto e colorido. Roberto foi em sua direção, puxando-a pelos braços e dizendo: "Espere aí moça, eu tenho de lhe pagar." Foi a primeira vez que Bia olhou bem dentro dos olhos do doutor. Foi a primeira vez que Bia sentiu um arrepio vindo da alma!
CS!