Pedro levou as mãos sobre a cabeça, que rodava como pião. Levantou-se e olhou no fundo dos olhos de Marina, que chorava. Naquele momento, a lua foi tampada por nuvens escuras, carregadas de chuva, e o céu foi a única testemunha das duras palavras que saíram da boca de Pedro. Falou do amor que sentiu, um dia, por Nina. Falou do carinho e amizade que sentia por Marina. Falou da confiança que teve ao entregar sua carta e aquele colar de borboletas nas mãos da amiga. Falou de sua raiva. Muita raiva. Marina escutava aquelas palavras com a cabeça baixa. Chegou a pedir desculpas por inúmeras vezes, mas seu pedido era interrompido pela revolta de Pedro. A conversa se estendeu por alguns minutos, e no final Pedro deu um ultimato à Marina. Aquela seria a noite que ela deveria contar toda a verdade para Nina, do contrário ele mesmo faria isso. Marina implorou por mais um tempo, mas não houve piedade por parte de Pedro, que, de costas, tomou o rumo da vila. Ela, desesperada, correu para casa de Nina, que, sem saber de nada, mantinha a casa fechada à espera da amiga. Ao atravessar a porta, juntando força para atender a ordem de Pedro, Marina perdeu toda a coragem ao ver Nina ali, bem à sua frente. Chorando muito, só conseguiu chegar bem perto, e com as mãos levantadas para o céu disse soluçando: "Minha querida, por favor, me abrace!"
CS!
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