Quando Nina abraçou a amiga Marina, sentiu que ela tremia: “Minha querida, você está ensopada, com toda essa chuva aí fora... Vamos logo tirar essa sua roupa molhada. Não vê que sente frio?” Marina demorou um pouco mais no abraço de Nina, para depois se soltar de seus braços e afagos!
Ainda soluçando, enxugou as lágrimas, que também vertiam dos olhos sinceros de Nina. Correu para o quarto e se trancou. Nina foi atrás: “Marina! Abra já esta porta... Conte-me o que aconteceu. O que se passa com você, meu amor? Não vê que sinto um frio em minha alma?”
Marina, ao escutar aquelas palavras, já nua, abriu de imediato a porta: “Nina, minha doce Nina! Preciso lhe contar algo... Sente-se aqui na cama.”
Nina desejava ardentemente abraçar seu corpo, mas cedeu ao seu pedido: “Marina, meu coração está acelerado. Conte-me logo, ou terei de calar sua boca com um beijo...”
A amiga foi logo se cobrindo com roupas secas, e disse, num tom cinzento: “Recebi um recado de minha família. Há alguém lá, em minha cidade, que precisa urgentemente de minha ajuda. E eu preciso ir agora, nesse instante, pegar a última balsa... Só vou colocar alguns pertences nessa mochila... Meu violão fica com você. Preciso ir! Em breve, estarei de volta. Fica bem, minha Nina, e saiba que meu amor por você é tão grande quanto a imensidão desse universo!”
Estando pronta, Marina saiu em disparada, sem sequer olhar para trás, deixando Nina afogada em suas lágrimas de solidão!
BA!
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