Ícaro perdeu a paciência ao ver Nina deixando a sala, naquele choro todo e sem a sua autorização. Bateu forte, com a mão direita, na porta e bradou: “O que deu nessa infeliz agora? Policial, traga aquela mulher de volta ou...” Nesse instante, Marina, mais irritada ainda, voou pra cima dele como a querer devorá-lo inteiro, bem ali, não se importando com sua conduta. Com as mãos fechadas, em punho, desejando socar o rapaz, que foi logo tentando segurá-la, com bastante força, ela gritou: “Quem você pensa que é, seu Sherlock Holmes de merda? Pensa que pode mandar e desmandar aqui? Acha que as pessoas são bonecas em suas mãos, seu...” O rapaz tapou sua boca antes que ela continuasse seu xingamento. Foi então que seu anel prateado acabou arranhando o lábio inferior de Marina, causando-lhe um pequeno corte com sangramento.
Enquanto esperneava, na tentativa de se soltar, ela viu quando Nina, Bia e Angélica entravam na sala. Com grande espanto, as três amigas se entreolharam, e Nina, mesmo ainda chorando, avançou seu corpo contra Ícaro e lhe disse aos berros: “Solta ela, solta ela, seu miserável... Não vê que ela é uma mulher e está sangrando? Você a machucou, seu borra-botas!!!”
Enquanto os três estavam ali enrolados, sem que nem mesmo o guarda presente pudesse ter a força para apartá-los, Bia e Angélica estavam paralisadas. Quando as duas viram a figura de Ícaro, não conseguiram ter reação alguma. Aquele belo e charmoso rapaz era o próprio investigador que iria interrogá-las. Aquelas quatro mulheres que, agora, estavam no banco das rés. Uma delas seria acusada e julgada? Uma delas teria tido um motivo e a coragem para matar o doutor Roberto? Uma delas seria, de fato, uma ré? Será?
BA!
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