Entre a agulha e o fio da navalha, misturados por cima da penteadeira nova, Marina, nua, olhava-se no espelho. Suas mãos, em movimentos lentos, iam tomando conta das curvas de seu corpo. Ela estava triste, muito triste. A saudade de Nina parecia tirar-lhe o fôlego, o ar que ela respirava. De volta pra casa depois do encontro com Pedro, Marina sequer deu um único sorriso. E, ainda com as mãos, jogou os cabelos fartos para o lado e pensou usar aquela navalha, ali mesmo, naquele exato momento. Melhor seria não viver a vida mais sem sua doce Nina. Melhor seria vê-la ao lado de Pedro, seu querido amigo, feliz, bem feliz! Mas, antes que suas mãos alcançassem aquela navalha, Marina decidiu escrever uma carta para Nina. De todas as cartas de amor, já rabiscadas em nossa Estória com H, aquela seria, talvez, a mais verdadeira. Se bem que todas as cartas de amor são verdadeiras! E, assim, entre a Carta de Amor de Lia para Alexander, a Carta de Amor de Alexander para Lia, a Carta de Amor de Nina para Pedro, e tantas outras sequer escritas, começava agora a Carta de Amor de Marina para Nina.. E assim ela sentou-se, tomou papel e caneta e começou a escrever...
CS!
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