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sábado, 12 de janeiro de 2013

A Carta de Amor de Marina para Nina


“Minha Nina,

eu sei que vou viver, pelo tempo que me será permitido ainda viver, guardando a doce lembrança sua. Estamos com os nós desatados; desfeitos. Não devemos nos culpar... Aconteceu... Agora, eu sou só eu! Agora, você é só você! A cumplicidade perdeu-se de nós, assim como a amizade que nem sequer ousou permanecer... Afinal, quanto de nós permanece em cada coração; do meu, do seu? Qual é a parte de nossas vidas que ficou em nossas vidas, como uma lembrança? Uma lembrança doce, como a sua. Uma lembrança nossa, capaz de nos fazer localizar um momento tão puro e gratificante que vivemos, enquanto nossas vidas permaneceram sob os nossos cuidados tão íntimos e amigáveis. Uma lembrança minha, tão cheia de vontade de continuar a viver o que vivemos. Uma lembrança que a gente não vai poder jamais esquecer... Este é um momento. Amanhã, poderá ser outro. Mas, a verdade é que devo não me abster de qualquer lembrança sua. Todas, todas estão bem guardadas; gravadas nos diretórios que arquivo em meu coração, que anda um pouco desnorteado, mas que, muito em breve, poderá encontrar seu rumo. E eu quero tanto que ele resolva, enfim, acomodar-se no meu peito, e ficar quietinho, sem passar por tantas palpitações que não valem mais a pena...

Ah! Nosso coração não é capaz de mentir para si próprio! Nosso coração é sabedor do que sente, do que sentiu, do que sempre irá sentir. Como enganá-lo, se não podemos nos enganar, quando perdemos uma parte de nós mesmas? Agora, eu sei... Não posso devolver a ele a paz que ele sentia quando nossas vidas estavam atadas. Não posso devolver a ele a doçura de continuar batendo no mesmo ritmo, quando andávamos sempre no nosso ritmo. Não posso devolver a ele o alento que ele possuía por estarmos sempre seguindo na mesma estrada. Não posso devolver a ele o gosto da aventura nossa, quando ele participava, atuante. Não posso devolver a ele a certeza de permanecer calmo e sereno, quando ele percebia que estávamos em completa sintonia. Não posso devolver a ele a quietude que ele me cobra, quando me pego pensando em você... Todo este tempo, desde quando lhe deixei, abandonando, às pressas, a Ilha, fugindo de você, deixando você apenas com meu violão... Mas, sei que, neste momento, uma coisa é certa: vou, eternamente, guardar a sua lembrança que é a coisa mais linda que a vida me deu!!! Pra onde vou, ela irá comigo...

Adeus, minha Nina menina. Seja feliz!
Com amor infinito, junto às estrelas, “enquanto você não vem”... (Lembra-se da canção que lhe fiz.)
Marina.”
BA!

 

 

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