Prêmio Top Blog 2011

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quinta-feira, 22 de março de 2012

A Volta do Pássaro Preto

Ainda naquela manhã que presenteava a Ilha com dois grandes milagres, quando Pedro estava à procura de sua doce Nina, quando Bia esparramava sua alegria nas águas do oceano, toda cheia de graça, o céu ficou tonto e maravilhado com a chegada daquele que havia ido embora, sem deixar pistas de seu paradeiro. Ele também voltava, num voo rasante... Após vigiar a Ilha, do alto de uma árvore, o Pássaro Preto bateu suas belas asas arqueadas e estonteantes e foi coroar a cabeça de Alexander, jogado nas areias da praia, o pobre maltrapilho!
Agora, a imagem dos dois se fundia numa só... Assim, como a criatura e o criador, a leveza desse encontro parecia se encaixar, saborosamente, nessa Estória com H, visto que esses personagens estavam perdidos numa linha tênue, capaz de se quebrar de tão frágil, pelo tempo.
O pássaro deverá trazer o milagre que Alexander aguardava?  Ao encontrar, naquele bolso raso de sua calça rasgada, aquela pena preta, que ele próprio havia enterrado, anos atrás, num buraco na areia da praia, o pobre desmemoriado não sabia o que fazer com ela...
BA!











quinta-feira, 15 de março de 2012

Ainda Falando em Milagres

Até hoje, há quem jure que no mesmo dia em que os céus trouxeram as cores de volta para os olhos de Angélica fora também o dia em que aquele homem apareceu esticado na areia da praia. Sim! Ele estava de volta! Sabe-se Deus vindo de onde. Mas, ali estava ele! Seus cabelos agora eram ralos, chegando a lhes faltar. Os braços, ora musculosos, carregavam agora a carcaça de um homem com fortes marcas do tempo cravadas no rosto. Alguns dentes lhe faltavam, o que pouca diferença fazia, pois dizem, também, que ninguém, daqueles dias em diante, jamais conseguira tirar-lhe um sorriso do rosto. Maltrapilho, jogado nas areias da praia, ali estava ele. Alexander! Alexander estava de volta à sua ilha! Mas, não de volta à vida que deixara pra trás. Durante todos aqueles anos desaparecido, além de ter perdido muitos quilos, perdera também sua memória. Sendo assim, ali estava ele, à espera de um milagre!
CS!

Para Encher Seus Olhos!

“E os milagres? Para quê servem?”
Angélica, agora, descansando em sua cama, após voltar do passeio pela praia em companhia do detetive Ícaro, estava a meditar sobre o diagnóstico de seus médicos. Seria mesmo irreversível? Ela estaria presa em sua agonia de ver tudo em preto e branco para o resto de sua vida? Tentou dormir, fechando os olhos, aguardando um belo sonho em cores!
A menina de seus olhos despertou de um sono profundo e misterioso, para o qual havia sido levada, acorrentada e desolada. Enquanto lá permaneceu, viveu numa escuridão tamanha, que lhe era como um calabouço sem fundo. E cada vez mais ela ia se afundando, sem encontrar o chão... Por lá viveu, por muito e muito tempo, sem receber luz alguma, e por isso não era capaz de emitir os estímulos das sensações visuais. Pobre Angélica, dona da menina cega...
Mas, renascendo das cinzas, feito uma fênix, a menina percebeu um jato de luz e nele se agarrou com suas mãos firmes... Feito a ira das lavas de um vulcão em erupção, a luz rompeu o astral, devolvendo a menina à Angélica, para encher seus olhos!
BA!

terça-feira, 6 de março de 2012

Cheia de Graça!

“É ela quem passa, num doce balanço, a caminho do mar...”
Borboleteando pela praia, absorta em seus devaneios, Bia era capaz de revolver as águas do oceano por conta de sua força de mulher, que descobrira um amor sem vergonha alguma...
Enquanto pensava, ardentemente, em seu desejo de ter um filho de Pedro, não era capaz de supor que ele estava, justo naquele momento, atrás de Nina.
Bia, toda cheia de graça, de sutiã lilás, de short amarelo, curtinho, de top azul, de batom escarlate na boca que prediz sua vontade de ser mãe, agora era como uma borboleta, adejando pela areia da praia, sem querer tomar rumo algum... Sem direção certa, capciosa como ela só, enganava até mesmo as ondas do mar, sem deixá-las tocar seus pés.
Provocada por emoções inconscientes, atirou-se nas águas e se refrescou de sua lucidez!
O Sol tudo via, festejando-a com seu calor intenso, emitindo apenas raios brandos para aquele belo corpo, que, sendo apenas como uma gota de orvalho, era abraçado e envolvido pelo oceano que nela transbordou...
BA!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Desencontro...

Nina já estava junto aos seus alunos... Naquela pequena escola do lugarejo, ela brilhava aos olhos de cada criança. A professora era mais que uma educadora, era uma amiga, uma criatura cheia de vida, iluminada, alegre e sapeca! Ensinava como ninguém. Seus métodos de ensino eram bastante lúdicos e isso fazia com que a garotada se interessasse mais por suas aulas. Nina era como uma encantadora de crianças...
Mas, Nina também era uma encantadora de Pedro! Pedro, que estava à sua procura... Louco para encontrá-la, já chegava próximo à sua casa, sem saber que ela estava lecionando àquela hora.
Com um sorriso na cara, Pedro só fez bater à porta... Feito um urso, satisfeito, após sorver um grande pote de mel, esperava ver Nina, abrindo-lhe a porta, também com um largo sorriso! Pura ilusão...
Sentiu o silêncio sepulcral vindo de dentro da casa. Ali, não havia uma alma viva! Ali, não estava a sua amada. Esperou mais um minuto e nada... Correu pelos arredores, mas não foi capaz de encontrar nem mesmo uma pena de passarinho flutuando ao vento lá no quintal. Tudo estava bem quieto!
Pedro pensou: “Se o cometa Halley aparece de tantos em tantos anos, ainda tenho a chance de reencontrar a minha doce Nina...”
BA!