Nina, ainda no labirinto de sua solidão, buscava rabiscar no papel as suas mágoas, pois estava totalmente descontente com sua vida, que estava lhe causando um grande desagrado... Por quê?
Nesta noite em que Marina lhe abandonara, Nina sentiu, na pele, as suas perdas nefastas, e agora já não importava mais o quanto poderia ainda sofrer!
Anestesiada de sua dor, deixou seus escritos por terminar e saiu de casa, em direção à praia, decidida a não mais pensar em tudo aquilo. Queria simplesmente ver o mar de frente, buscando, em suas ondas, naquele vaivém, um novo ritmo para aquela sua vida sem graça.
Lá chegando, com os pés descalços, caminhou sobre a beira-mar, inventando coreografias que pudessem lhe aliviar o peso nas costas. Quase flutuou!
A Lua, admirada, resolveu abaixar um pouco mais, encostando-se na linha do horizonte, só para iluminar seus passos... Seus gestos... Seu rosto... Seu corpo... Sua leveza de ser!
Nina ficou um bom tempo por lá... Tanto, tanto que, assim, quase flutuando, era capaz de alcançar as estrelas!
BA!